Zubeldía diz que São Paulo não foi bem contra o Cruzeiro e exalta Lucas: “É jogador para desfrutar”

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Técnico argentino reprovou atuação, mas festejou mais uma vitória e a longa invencibilidade Luis Zubeldía não gostou da atuação do São Paulo na vitória por 2 a 0 contra o Cruzeiro, na noite deste domingo. Embora tenha conseguido o resultado que o coloca no G-4 do Brasileirão, o Tricolor sofreu mais do que o esperado e só teve um jogo tranquilo com a expulsão de Marlon.
– Tivemos uma grande atuação do Rafael. Hoje, os nossos números de gols esperados, segundo as empresas que fazem as estatísticas, baixou. Por outro lado, os gols esperados do adversário aumentaram. Eles chegaram três ou quatro vezes no primeiro tempo de forma clara. De toda forma, a equipe foi bem defensivamente. Mas, quando penso em controle de jogo, preciso incluir a posse de bola e a eficácia do passe. Isso nós não conseguimos e corremos atrás da bola mais do que o normal.
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– Perdemos muito a bola. Diante um rival, que tem um bom retrospecto com passes em profundidade, isso pode ser letal. O Cruzeiro nos complicou. Quando temos a bola, temos que ter várias opções de jogo e não conseguimos. O Cruzeiro teve uma pressão efetiva, não fomos bem nisso e favorecemos eles nos passes em transição. Se queremos defender bem, temos que fazer bem os processos com e sem a bola. Hoje, foi o jogo em que mais vezes perdemos a bola. Temos que fazer o simples: passar bem a bola. Aí sim teremos organização sem a bola. Um erro levou ao outro.
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Quando teve um jogador a mais, o São Paulo teve superioridade e conseguiu resolver o jogo logo no início da etapa final, com um gol de Calleri. O treinador, porém, viu queda de rendimento após isso:
– Creio que os primeiros minutos do segundo tempo aproveitamos bem a superioridade numérica, ganhando campo e tendo uma referência. Me parece que depois do segundo gol deveríamos manter a pressão, atacar os espaços, mas sinto que tiramos o pé e nos mantivemos conservadores em relação ao resultado. Me gostaria que a equipe fizesse três, quatro ou cinco gols, mas é tão difícil ganhar que, quando você está ganhando, quer manter o resultado. Seja com 11×10 ou 11×11. Somos um time grande, um time que joga com pressão. Não vamos parar porque estamos ganhando. Eu, como treinador, gostaria que a equipe buscasse mais situações de gol, mas isso faz parte da consolidação de uma equipe. Sei que essas coisas podem acontecer e preciso prevê-las.
Luiz Zubeldía em São Paulo x Cruzeiro
Marcos Ribolli
O técnico, porém, destacou mais uma boa atuação de Lucas. Autor do primeiro gol, o camisa 7 deixou o campo como um dos jogadores com mais roubadas de bola da equipe mandante.
– Lucas fez uma partida fantástica, me gostaria que nunca editem as jogadas quando ele dribla e faz o gol. Eu gostaria que editassem as jogadas em que ele rouba a bola. Orientação da pressão e condicionamento do rival. Olhem isso e façam um compacto. Esse tipo de jogador é para desfrutá-lo como companheiro e para aprender. Quando você tem um Lucas, Calleri e Rafinha você tem que aprender com eles. Esses caras estão aqui no nosso grupo. O que fez o Lucas hoje com pressão e roubada de bola foi fantástico. Se eu olhar todos os gols do Lucas fica fácil. O que vocês têm que prestar a atenção é o que acabo de mencionar.
São Paulo 2 x 0 Cruzeiro | Melhores momentos | 7ª rodada | Brasileirão 2024
Agora, são dez jogos de invencibilidade para o treinador: com oito vitórias e dois empates. Zubeldía diz que nem tudo tem sido perfeito, mas que vê sua equipe num caminho muito bom:
– Passamos muitas dificuldades e ainda sim estamos em um bom caminho. Com o tempo, vamos melhorar. Virá a recuperação de jogadores lesionados, um acumulado de situações complicadas para estarmos nesse nível e, no futuro, estaremos em nível melhor. É isso que posso dizer sobre o futuro.
Veja mais trechos da coletiva:
O jogo
– Vínhamos de duas partidas mental e fisicamente muito intensas, cumpridos o objetivo de classificar em primeiro na Libertadores. Trocamos o chip e pensamos no Brasileirão. Temos tratando para que a equipe ganhe, tenha organização, coração para jogar. E hoje foi muito difícil porque o Cruzeiro o fez difícil e nós facilitamos isso. Creio que quando uma equipe perde tanto a bola, dá iniciativa ao rival. O Cruzeiro é muito bom nesta fase, nos passes de progressão. Quando entram esses passes, eles são muito bons. Nós também somos muito bons, mas na parte da construção por fatores que não vou mencionar aqui, vou falar internamente, não estivemos precisos.
– Se tivéssemos um processo de circulação mais seguro, de melhor qualidade, de encontrar o jogador livre, que muitas vezes era o Wellington porque eles fechavam o centro e a direita. Muitas vezes ficamos encurralados na direita e entregamos mal os passes. Eles tiveram oportunidade de fazer o que fizeram muito bem. Fizemos um primeiro tempo ruim, não tivemos precisão de passes, não tivemos circulação e ficamos obrigados a defender mais do que esperávamos. Às vezes, acontece. O importante é que corremos, como fez o Calleri e o Lucas. Às vezes, precisamos de um extra para ganhar partidas difíceis. Na segunda parte, formamos um 4-3-3 para ver se poderíamos marcar um pouco mais alto. Saiu bem, mas o rival fez um bom trabalho. Quando isso acontece e ganhamos, está bem. Quando jogamos bem, as probabilidades de ganhar são maiores
Presença da torcida
– Primeiro quero agradecer a nossa torcida, que se fez presente hoje, para a gente é muito lindo jogar de mandante, nos acostumamos, como se fosse normal isso (44 mil presentes), mas não sei se é normal jogo após jogo ter tanta gente aqui. Felicitações a eles. Temos de agradecer.
Identificação rápida com o torcedor
– O mundo está muito difícil economicamente. A riqueza está concentrada. Então, quando isso acontece em nível mundial, não é simples para o trabalhador pagar um boleto. Não é fácil, acontece aqui, na Argentina, acontece em vários lugares do mundo. Pagar um ingresso para ver um jogo de futebol não é simples. Colocar 45 mil pessoas é para se ressaltar.
– Possivelmente, muitas dessas pessoas colocam como prioridade gastar o dinheiro para torcer pela equipe. Isso, nós não podemos ignorar. O futebol é, provavelmente, o espetáculo mais lindo em nível mundial. É transcendente. Nós temos que orientar, temos que sentir que temos que dar felicidade, vencer e entregar a melhor partida. Os torcedores não querem saber se jogamos bem ou mal, querem ganhar. Por esse lado, me sinto contente. Não gosto de comparar se aqui me receberam melhor do que em outro lado. Simplesmente, desfruto o presente e agradeço ao passado.
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