Brasileira vítima de estupro coletivo na Índia segue viagem com escolta da polícia até fronteira do Nepal, diz jornal do país

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Oito suspeitos foram presos. A brasileira, que vive na Espanha, fazia uma viagem de moto pela Ásia com o marido quando foi atacada pelo grupo. Polícia indiana prende suspeitos de estuprar turista brasileira
A turista brasileira Fernanda Santos, que foi vítima de um estupro coletivo na Índia na última sexta-feira (1º), e o marido dela, o espanhol Vicente Barbera, seguiram viagem com uma escolta policial em direção à região de fronteira com o Nepal, de acordo com reportagens da mídia indiana na terça-feira (5).
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Ela e o marido, que estão fazendo uma viagem de motocicleta pelo mundo, foram até o estado de Bihar, vizinho do estado de Jharkhand, onde ocorreu o crime.
Segundo a mídia indiana, ela afirmou que será difícil esquecer o que aconteceu com ela, mas que é preciso seguir em frente. De acordo com textos da mídia indiana, ela disse que atos como o estupro não deveriam forçar as vítimas a viver com medo o tempo todo ou impedi-las de se aventurar. “Vou continuar a viajar e não vou ter medo”, ela afirmou, de acordo com o “Times of India”.
Ao g1, ela afirmou que o estupro é um trauma. “Vai estar aí para sempre, mas o importante é a gente estar vivo. Ainda estou com dor no corpo, mas pouco a pouco está passando. Estou tomando remédios”.
Prisões de oito suspeitos
A polícia da Índia confirmou na terça-feira (5) que prendeu todos os oito suspeitos de envolvimento no estupro coletivo da turista brasileira Fernanda Santos.
O crime ocorreu no distrito de Dumka, no estado de Jharkhandna, no nordeste do país, última sexta-feira (1º). Santos, que viajava com o marido em moto pelo país, foi atacada por um grupo enquanto o casal acampava de noite.
O marido da brasileira, Vicente Barbera, já havia dito ao g1 ter sido informado sobre a prisão dos homens. O superintendente da Polícia Nacional indiana, Pitamber Singh Kherwar, confirmou a versão.
Os presos serão agora levados a julgamento. Os homens foram presos em Dumka e levados para a delegacia de Hansdiha, próxima ao acampamento onde o crime aconteceu. A identidade e a nacionalidade dos presos não foram sido divulgadas até a última atualização desta reportagem
Na Índia, quem comete o crime pode pegar pena de morte, instituída no país em 2012 para casos do tipo após um dos registros mais violentos e chocantes de estupro na Índia.
Naquele ano, uma jovem de 23 anos morreu após ser estuprada por seis homens que a atacaram em um ônibus em Nova Déli e chegaram a violar a menina com uma haste metálica.
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Apesar da reforma e endurecimento da lei, casos de estupro ainda são frequentes na Índia. Em 2022, outro caso gerou grande repercussão dentro e fora do país: uma menina de apenas 13 anos foi estuprada por um policial de uma delegacia do estado de Uttar Pradesh para onde ela havia ido denunciar que havia sido vítima de outro estupro previamente.
O jornal “Times of Índia” relatou que uma outra turista foi estuprada na mesma localidade em que estava a brasileira Fernanda Santos menos de 24 horas depois de Santos ter sido estuprada.
Ainda assim, os casos registrados de estupro na Índia estão bem abaixo dos índices brasileiros: em 2022, o governo indiano registro cerca de 31.500 pessoas estupradas. Já no mesmo ano, o Brasil registrou 74.930 vítimas, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O caso
Brasileira relata ter sido vítima de estupro coletivo na Índia
Fernanda e Vicente viajavam de moto até o Nepal, segundo a imprensa local, mas decidiram acampar em Dumka e foram atacados pelo grupo durante a noite.
Em um vídeo publicado no perfil, Vicente mostrou os ferimentos na cabeça e na boca.
“Fernanda está pior do que eu. Eles me bateram com o capacete várias vezes e com uma pedra na cabeça. Graças a Deus ela estava vestindo a jaqueta [de motociclista] e isso amorteceu um pouco dos golpes.”
Fernanda e Vicente durante viagem à Khunjerab Pass, a fronteira com a China – Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Membros da Polícia Nacional da Índia em entrevista coletiva com suspeitos de ter estuprado uma turista brasileira ao fundo, em 5 de março de 2024.
Divulgação/ Polícia da Índia

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