Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza

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A aprovação do texto proposto pelos EUA não implica a adoção dos termos do documento por Israel e pelo Hamas. Reunião do Conselho de Segurança da ONU em abril de 2024
Charly Triballeau/AFP
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, nesta segunda-feira (10), uma resolução de cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O texto foi proposto pelos Estados Unidos, que pediu ao Hamas que a aceite. O placar foi de 10 votos a favor, zero contra e 1 abstenção, da Rússia.
A aprovação do projeto não implica a adoção dos termos do documento pelas partes em guerra (no caso, Hamas e Israel).
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A última versão do texto, à qual a agência de notícias AFP teve acesso, “saúda” uma proposta de trégua anunciada em 31 de maio pelo presidente americano, Joe Biden. Também afirma, diferentemente das versões anteriores, que o plano foi “aceito” por Israel.
O projeto de resolução insta o movimento islamista palestino Hamas a “também aceitá-lo e as duas partes a aplicarem plenamente os seus termos, sem demora e sem condições”.
Em uma primeira fase, o plano prevê os seguintes termos:
Cessar-fogo com duração de seis semanas
Recuo das forças Israel das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza
Libertação de certos reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista Hamas e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
“Queremos pressionar o Hamas para que aceite este acordo, é por isso que temos esta resolução, porque estamos prestes a conseguir algo realmente importante”, acrescentou o representante dos Estados Unidos, país que tem sido amplamente criticado por bloquear vários projetos de resolução que pediam um cessar-fogo em Gaza.
O Hamas ainda não reagiu oficialmente à proposta.
Embora Biden tenha afirmado que o plano surgiu de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que pretende continuar a guerra até acabar com o Hamas.
Joe Biden apresenta plano de paz para Faixa de Gaza
Gabinete de guerra
No domingo, Benny Gantz, que faz parte da coalizão de governo, anunciou que deixou o Gabinete de Guerra do governo de Israel.
Gantz estava pedindo um acordo de cessar-fogo e propunha que uma entidade independente, formada por americanos, europeus, palestinos e outros árabes, formassem uma organização para governar a Faixa de Gaza após a guerra.
Com a saída de Gantz, um moderado, do gabinete de guerra, a tendência é que os grupos mais conservadores tenham mais poder para tomar as decisões sobre a guerra.
Secretário de Estado americano vai ao Oriente Médio
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em visita ao Oriente Médio, pediu nesta segunda-feira que os países da região pressionem o movimento islamista palestino para que aceite o acordo.
“Minha mensagem para os governos na região é que, se quiserem um cessar-fogo, pressionem o Hamas para que diga sim”, disse ele aos jornalistas no Cairo.
Desde o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro e da resposta israelense em Gaza, o Conselho de Segurança tem lutado para se expressar de forma unida sobre o conflito.
Depois de duas resoluções focadas principalmente na ajuda humanitária, no final de março finalmente exigiu um “cessar-fogo imediato” durante o Ramadã, com a abstenção dos EUA.

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