Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir ataque do Irã a Israel

Israel convocou uma reunião de emergência após o ataque da noite de sábado. Israel quer que o Conselho de Segurança declare a Guarda Revolucionária do Irã uma organização terrorista. Entenda a linha do tempo da escalada de tensões entre Irã e Israel
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter de urgência neste domingo (14), a pedido de Israel, um dia depois de o Irã disparar mais de 300 drones e mísseis para atacar Israel no sábado (13).
A ofensiva do Irã é uma retaliação ao ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria. Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico.
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, pediu uma reunião “imediata para condenar de forma inequívoca o Irã por esta grave violação” e pediu ao Conselho “que aja para designar como organização terrorista” a Guarda Revolucionária, exército ideológico iraniano.
Na noite deste sábado, o Irã disparou mais de 300 artefatos contra Israel em resposta a um suposto ataque israelense contra seu consulado na cidade de Damasco, na Síria.
O bombardeio de 1º de abril destruiu o consulado iraniano em Damasco e matou dois altos oficiais da Guarda Revolucionária.
O Irã responsabilizou Israel pelo ataque à sede diplomática, mas Israel não confirmou, nem desmentiu.
Lista de representantes que vão se pronunciar
Secretário-geral da ONU
Guiana
Serra Leoa
Eslovênia
Estados Unidos
Moçambique
Argélia
Japão
França
Reino Unido
Equador
Coreia do Sul
Suíça
Rússia
China
Malta
Israel
Irã
Síria
Líderes do G7
Os líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, condenaram o ataque e disseram que trabalhariam para tentar estabilizar a situação no Oriente Médio. A Itália, que ocupa a presidência rotativa do Grupo dos Sete, agendou uma reunião virtual com os demais membros do grupo, que inclui EUA, Canadá, França, Alemanha, Inglaterra e Japão.
Na declaração, os líderes demonstraram preocupação com uma possível escalada de tensões na região. Além disso, pediram cessar-fogo imediato em Gaza.
“Nós, os líderes do G7, condenamos inequivocadamente e nos termos mais fortes o ataque direto e sem precedentes do Irã contra Israel. O Irã disparou centenas de drones e mísseis contra Israel […] Com as suas ações, o Irã aumentou o risco de desestabilização da região e corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável. Isto deve ser evitado”, disseram os líderes no comunicado.
“Reforçaremos também a nossa cooperação para pôr fim à crise em Gaza, trabalhando para um cessar-fogo imediato e para a libertação de reféns pelo Hamas, e para aumentar a assistência humanitária aos palestinos necessitados”.
Comissão Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o ataque do Irã a Israel pode provocar uma escalada de conflito na região e reiterou que isso “deve ser evitado”.
“Ontem, o Irã lançou um ataque massivo contra Israel, usando drones e mísseis. Um ataque iraniano direto contra Israel não tem precedentes. Hoje, nós, os líderes do G7, condenamos isso nos termos mais fortes. Expressamos a nossa solidariedade e apoio ao povo de Israel e reafirmamos o nosso compromisso inabalável com a sua segurança”, disse.
Von der Leyen afirmou também que o grupo continuará a trabalhar para estabilizar a situação. “Nós alertamos o Irã e seus aliados a cessar os ataques completamente. Todas as partes devem exercer a máxima contenção.”
As ações do Irã correm o risco de uma escalada regional incontrolável, diz Von der Leyen
Estados Unidos
No sábado, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, classificou o ataque do Irã contra Israel como “descarado”. Neste domingo, Biden ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos não participarão de nenhum contra-ataque israelense contra o Irã.
Num comunicado divulgado após os ataques, Biden afirmou ter dito a Netanyahu que Israel “demonstrou uma capacidade notável para se defender e derrotar até mesmo ataques sem precedentes”.
Biden não disse no comunicado se ele e Netanyahu discutiram uma possível resposta israelense ou um potencial envolvimento dos EUA. No entanto, John Kirby, o principal porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, afirmou no domingo (14) ao programa “This Week” da ABC que os Estados Unidos continuarão a ajudar Israel a se defender, mas não querem a guerra com o Irã.
Israel
Em um comunicado oficial, o membro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou que o Irã pagará na hora certa pelo ataque feito ao país.
O porta-voz da Diplomacia Pública de Israel, Avi Hyman, disse que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu ameaçou “ferir qualquer um” que tenha planos de atacar Israel. “O Irã continua a desestabilizar o mundo e a trazer perigo para a região […]. Nenhum país no mundo toleraria ameaças repetidas dessa natureza”.
“Houve um tempo que os judeus não tinham defesa e não tinham como se proteger. Hoje os judeus têm Israel e nós vamos defender nosso direito de viver livremente na nossa terra”, acrescentou.
Daniel Hagari, porta-voz dos militares israelenses, disse que o país já aprovou “planos operacionais para ações ofensivas e defensivas”.
Gantz diz que Israel construirá uma coalizão regional para enfrentar a ameaça iraniana
Irã
O general Mohammad Hossein Bagheri, chefe do Estado-Maior das forças armadas iranianas, disse que a operação terminou, segundo a agência de notícias estatal IRNA. “Não temos intenção de continuar a operação contra Israel”, afirmou. O Irã disse que tinha como alvo instalações envolvidas no ataque a Damasco
Em um pronunciamento, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que o país emitiu um alerta três dias antes do ataque contra Israel. Segundo ele, o país não defende “a escalada de tensões na região” e que as operações têm o objetivo de defesa legítima.
Ministro das relações exteriores do Irã diz que operações têm o objetivo de defesa legítima

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