Em meio à ofensiva russa, Ucrânia recua na região de Kharkiv e Zelensky cancela viagens

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Bombeiros trabalham após ataque russo na região de Kharkiv, em 14 de maio de 2024
REUTERS/Valentyn Ogirenko
O Exército da Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (15) o recuo de tropas em algumas regiões que ficam próximas a aldeias de Kharkiv, no leste do país. Os militares adotaram a medida em meio a uma nova ofensiva russa no território.
Nos últimos dias, a Rússia conseguiu avançar sobre o território ucraniano e está perto de conquistar Kharkiv, que é a segunda maior cidade do país. A demora na chegada de ajuda militar do Ocidente para a Ucrânia favoreceu a ofensiva russa.
Nesta quarta-feira, os militares ucranianos afirmaram que manobraram tropas para “posições mais vantajosas” na região de Kharkiv com o objetivo de evitar perdas e salvar vidas de soldados.
As tropas da região foram as que mais resistiram a ataques russos ao longo dos mais de dois anos de guerra. Por isso, uma eventual vitória da Rússia na cidade pode ter um peso simbólico e ser uma das mais importantes da guerra.
Além disso, o presidente Volodymyr Zelensky resolveu cancelar visitas à Espanha e Portugal que estavam marcadas para os próximos dias.
A imprensa portuguesa afirmou que o endurecimento no conflito em solo ucraniano motivou o cancelamento da viagem. Já o governo espanhol disse que não iria comentar o caso por razões de segurança.
O governo da Ucrânia já trabalha com o cenário de uma ofensiva russa ainda maior nas próximas semanas.
Avanço em Kharkiv
Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, think tank dos Estados Unidos que monitora diariamente a situação nas frentes de batalha dos principais conflitos ativos no mundo, a situação na Ucrânia neste momento é a seguinte:
As forças russas têm avançado principalmente de Kharkiv, com incursões no norte e nordeste da cidade, e estão perto de conquistá-la;
No leste, a posição atual da Rússia, de dominação de quase toda a região, permite que tropas do país podem escolher “múltiplas direções” para avançar em Avdiivka, em Donetsk;
Fora da Ucrânia, o Kremlin tem investido em uma campanha contra países da Otan, utilizando interferências no GPS e sabotando infraestruturas logísticas militares.
O avanço, na avalição do instituto, aconteceu por uma combinação de fatores planejados e não planejados dentro e fora da Rússia:
Após perder milhares de soldados e artilharia e veículos de guerra no primeiro ano de guerra, a Rússia conseguiu reorganizar sua estrutura militar com o tempo e graças a manobras na economia que conseguiram bancar e manter os altos gastos na guerra;
No cenário externo, a demora para a ajuda dos EUA, o principal financiador externo da Ucrânia, também favoreceu. Equipamentos e artilharias da Ucrânia foram se deteriorando e tornando as linhas de frente de Kiev mais frágeis e perenes.

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