EUA alertaram Rússia sobre risco de ataque extremista em Moscou

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A embaixada dos EUA em Moscou emitiu um alerta sobre a possibilidade de um ataque na cidade há duas semanas, pouco depois de a FSB, a principal agência de inteligência russa, descobrir e impedir um plano de uma célula do Estado Islâmico de cometer um atentado em uma sinagoga. VÍDEO: Atiradores abrem fogo em casa de shows de Moscou
Duas semanas antes de um grupo de terroristas do Estado Islâmico atacar uma casa de shows perto de Moscou e matar dezenas de pessoas, a embaixada dos Estados Unidos na Rússia alertou que extremistas tinham planos iminentes de realizar um atentado na cidade.
O atentado de sexta-feira (22) em Moscou foi o pior na Rússia em 20 anos. O ataque começou por volta das 20h (14h em Brasília), quando a banda Picnic estava se preparando para tocar na casa de shows Crocus City Hall, em Krasnogorsk, cidade próxima a Moscou. Ao menos cinco homens começaram o ataque no saguão e, depois, invadiram o salão, de acordo com a agência de notícias Tass. Além de abrir fogo contra o público do show, os terroristas também detonaram explosivos dentro do recinto.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque em seu canal no Telegram.
Há duas semanas, quando a embaixada americana emitiu o alerta sobre a possibilidade de um ataque na Rússia, a FSB, a principal agência de inteligência russa, tinha anunciado que havia descoberto e impedido um ataque a uma sinagoga de Moscou, planejado por uma célula do Estado Islâmico.
O governo dos EUA disse que o Departamento de Estado (órgão semelhante ao Ministério de Relações Exteriores) enviou as informações às autoridades russas (os americanos têm uma política pela qual se obrigam a avisar outros países de riscos iminentes).
De acordo com o jornal americano “Washington Post”, autoridades dos EUA tinham recebido informações sobre a presença de um braço do Estado Islâmico na Rússia que já foi ativo em outros países, como Afeganistão, Paquistão e Irã.
Quando a embaixada dos EUA em Moscou disse que terroristas tinham planos para realizar atentados, o órgão afirmou especificamente que o alvo poderia ser um local de grande aglomeração de pessoas –inclusive shows– e pediu para que os cidadãos americanos na Rússia evitassem esses pontos.
Tiros e coquetel molotov
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Um vídeo mostra homens atirando, além de gritos e pessoas assustadas (veja acima). A casa de shows tem capacidade para 6.000 pessoas.
Uma pessoa que estava no local afirmou que os homens entraram atirando e, em um momento, jogaram um coquetel molotov no local. Quando a testemunha tentou fugir, descobriu que uma das saídas estava trancada. Ela atravessou o salão para tentar fugir de outro ponto de saída, mas também não conseguiu, e então se refugiou no subsolo da casa de shows até que agentes dos serviços de emergência chegaram.
Foram ouvidas duas explosões no local, e o local pegou fogo. Os bombeiros conseguiram controlar as chamas, mas, segundo a agência de notícias Tass, o teto do Crocus City Hall pode cair a qualquer momento por causa das explosões e dos tiros.
Ataque em casa de concertos em Moscou
Maxim Shemetov/Reuters
Putin está sendo informado
O presidente Vladimir Putin ainda não se pronunciou sobre o caso, mas um aliado próximo dele, Dmitry Medvedev, disse que tanto os atiradores como as pessoas por trás do atentado serão perseguidos e mortos: “Todos eles devem ser encontrados e destruídos sem pena, como terroristas. Morte por morte”, afirmou em seu canal no Telegram.
Reeleito no domingo para um novo mandato de seis anos, o presidente Vladimir Putin enviou milhares de soldados à Ucrânia em 2022 e tem repetido que várias potências, incluindo países ocidentais, têm tentado semear o caos no território russo.
O governo da Rússia disse que Putin foi informado do ataque logo nos primeiros minutos e que tem sido constantemente atualizado dos fatos.
“O presidente recebe constantemente informações sobre o que está acontecendo e sobre as medidas sendo tomadas por todos os serviços relevantes. O chefe de Estado deu todas as instruções necessárias”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A Rússia intensificou a segurança em aeroportos e estações em toda a capital, uma vasta região urbana que abriga 21 milhões de pessoas. Todos os eventos públicos de larga escala foram cancelados no país.
Localização do Crocus City Hall, em Krasnogorsk, na Rússia
Kayan Albertin/g1

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