Mesmo com previsão de temperatura de até 48ºC, fiéis muçulmanos iniciam grande peregrinação a Meca

O hajj, que consiste em uma série de ritos durante vários dias em Meca e suas imediações, é um dos cinco pilares do Islã. Muçulmanos começam peregrinação em Meca
A grande peregrinação anual dos muçulmanos começou nesta sexta-feira (14) na cidade saudita de Meca e suas imediações, com a chegada dos fiéis ao grande acampamento de Mina, na região oeste da Arábia Saudita.
No ano passado, mais de 1,8 milhão de peregrinos participaram do evento em território saudita, 90% deles do exterior.
Após uma série de catástrofes como a ocorrida em 2015, quando 2.300 pessoas morreram em um grande tumulto, as autoridades aperfeiçoaram o sistema de gestão do fluxo de multidão e começaram a ampliar a Grande Mesquita, obra que deverá ser concluída em 2025.
Também adotaram medidas para ajudar os peregrinos a suportar o calor no país desértico, onde os termômetros devem atingir 48ºC nos próximos dias.
A peregrinação, ou hajj, começa com o rito do “tawaf”, que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta na direção da qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.
Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilômetros de Meca, onde passarão a noite em tendas climatizadas.
Nebulizadores foram instalados na área externa. Além disso, guardas de borrifam água nos fiéis.
O sábado deve ser um dia de orações particularmente difícil para os peregrinos no Monte Arafat. Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde saudita, Mohammed al-Abdulali, no ano passado o governo atendeu mais de 10 mil peregrinos com problemas vinculados ao calor.
Com a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza, muitos peregrinos afirmam que rezam pelos moradores do território palestino, bombardeado e cercado há mais de oito meses.
Evento não pode ter manifestação política
A guerra começou em 7 de outubro com o ataque sem precedentes do grupo terrorista Hamas contra Israel, que matou cerca de 1.200 pessas.
Em represália, Israel iniciou uma grande ofensiva militar contra Gaza que deixou mais de 37 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do governo da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
A monarquia saudita anunciou esta semana que assumirá os custos da peregrinação de mil parentes de vítimas da guerra em Gaza, o que eleva para 2 mil o número de palestinos beneficiados pela iniciativa.
Mas também advertiu, em uma mensagem do ministro responsável pelo hajj, Tawfiq al-Rabiah, que não permitirá qualquer manifestação política na peregrinação, dedicada estritamente à oração.
O hajj, que consiste em uma série de ritos durante vários dias em Meca e suas imediações, é um dos cinco pilares do Islã.
Caso tenham os recursos, todos os muçulmanos devem participar na peregrinação ao menos uma vez na vida.
Algumas pessoas precisam aguardar por vários anos pela oportunidade de fazer a viagem, já que a Arábia Saudita distribui as permissões com um sistema de cotas por país.

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