O que dizem as primeiras pesquisas após a condenação de Trump

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Ex-presidente foi condenado em 30 de maio por fraude ao comprar silêncio de atriz pornô. Ele concorre com Joe Biden à presidência dos Estados Unidos; eleições serão em 5 de novembro. Ex-presidente dos EUA, Donald Trump sai do tribunal em Nova York após ser condenado no caso Stormy Daniels.
Seth Wenig/Pool via REUTERS
Institutos de pesquisa dos Estados Unidos mediram nesta semana a reação dos eleitores à condenação de Donald Trump pela Justiça, em 30 de maio. O ex-presidente, candidato à Casa Branca, foi condenado por fraude ao comprar silêncio da atriz pornô Stormy Daniels nas eleições de 2016. A pena será divulgada em julho.
Mesmo condenado, Trump, do Partido Republicano, concorrerá com o atual presidente dos EUA Joe Biden, do Partido Democrata, nas eleições de 5 de novembro. Ambos estão praticamente empatados nas pesquisas, com diferença de 0,3% para Trump, segundo média obtida pelo RealClear Politics, que agrega diferentes pesquisas sobre a disputa eleitoral.
De maneira geral, a intenção de voto não se alterou de forma impactante com a decisão da Justiça. Analistas informaram à imprensa americana, porém, que qualquer pequena variação pode ser decisiva para o resultado final, porque os dois candidatos estão muito próximos.
Veja abaixo as principais conclusões das pesquisas elaboradas após a condenação —os questionários e a metodologia variaram entre os levantamentos.
The New York Times/Siena College: cai apoio a Trump
Pesquisa Siena College com o jornal The New York Times, divulgada em 5 de junho, ouviu as mesmas 1.897 pessoas em abril e maio, antes e depois da condenação de Trump. Na primeira pesquisa, Trump liderava por três pontos percentuais; depois da condenação, a diferença caiu para um ponto. O levantamento foi feito por telefone e não tem margem de erro —segundo o jornal, ele “não necessariamente representa a opinião de todo o eleitorado”.

De uma pesquisa para a outra, 7% das pessoas que diziam apoiar Trump mudaram de ideia, mas nem todas migraram para a candidatura de Biden: 3% dos apoiadores de Trump na primeira pesquisa afirmaram após a condenação que votarão em Biden. Outros 4% afirmaram que agora estão indecisos.
Pesquisa anterior à condenação de Trump
Pesquisa posterior à condenação criminal de Trump
The 19th News/SurveyMonkey: não houve mudanças nas intenções de voto
Levantamento do site The 19th News e da consultoria SurveyMonkey aponta não ter havido mudança nas intenções de voto —mesmo que tenha havido movimentação dos eleitores.
O levantamento foi feito com 5.893 pessoas. Cerca de 10% afirmaram que a condenação fez com que eles reconsiderassem a escolha, mas isso não significa que Trump perdeu eleitores: não necessariamente esses votos irão para Biden.
O levantamento tem margem de erro de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
Intenção de voto após condenação de Trump
Reuters/Ipsos: republicanos em dúvida
Uma pesquisa da Reuters Ipsos feita horas após a condenação aponta que 10% dos eleitores do Partido Republicano afirmaram que agora estão menos propensos a votar em Trump.
Já entre os eleitores independentes (nem do Partido Democrata e nem do Partido Republicano), 25% disseram que após Trump ser considerado culpado, a chance de votarem nele diminuiu. Outros 18% afirmaram que agora a propensão em votar em Trump aumentou.
Foram ouvidos 2.556 americanos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
ABC/Ipsos: eleitores independentes acham que Trump deve desistir
A rede ABC também fez uma pesquisa com a Ipsos, divulgada em 2 de junho. A maioria (52%) dos eleitores independentes diz considerar que a condenação foi correta e que Trump deveria abandonar a candidatura.
Foram ouvidos 718 americanos. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais.
Morning Consult: republicanos defendem desistência de Trump
A consultoria Morning Consult identificou em pesquisa divulgada em 1º de junho que 15% dos eleitores do Partido Republicano querem que ele desista da candidatura. Entre os eleitores do próprio Trump, são 8%.
Foram ouvidos 2.220 eleitores registrados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo.
A condenação de Trump
Trump foi condenado no dia 30 de maio por fraude contábil ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016, quando derrotou Hillary Clinton, do Partido Democrata. Segundo a acusação, o suborno foi usado para ocultar a relação com Daniels e, assim, interferir no processo eleitoral.
A decisão do júri, anunciada num tribunal de Nova York, foi unânime. Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado.
Ao deixar o tribunal, o ex-presidente atacou o juiz e disse que o “verdadeiro veredito” virá em novembro, na eleição.
Mesmo candidato, talvez ele seja impedido de votar em novembro, porque o registro de eleitor de Trump é da Flórida, e naquele estado condenados não podem votar até que cumpram totalmente sua pena.
O juiz do caso, Juan Merchan, ainda vai determinar a pena. A decisão deve sair em 11 de julho. Na pior das hipóteses, Trump pode pegar 4 anos de prisão.
No entanto, analistas americanos consideram pouco provável que o ex-presidente vá para a cadeia. Isso porque as 34 acusações se referem a crimes de Classe E, considerados leves em Nova York.
Além disso, o juiz pode considerar que:
É a primeira condenação criminal de Trump;
O crime não foi violento;
A idade do condenado é de 77 anos;
Ele já foi presidente dos EUA e pode ser novamente.
Em vez de prisão, o juiz pode optar por uma pena mais branda, como liberdade condicional ou multa.

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