Ao reduzir meta fiscal para 2025, governo tenta passar mensagem de realismo e credibilidade ao mercado

O projeto de LDO que será apresentado nesta segunda-feira (15) terá meta de déficit zero para 2025. O entendimento anterior era de um superávit de 0,5%, mas o número exigiria um esforço muito grande — o que poderia criar desconfiança no mercado e até mesmo no Congresso Nacional.
A mudança de meta também afeta os anos seguintes, segundo interlocutores do governo ouvidos pelo blog. Para 2026, o governo passa a prever um déficit de 0,25%, e para 0,5% em 2027, até chegar a 1% em 2028.
A previsão é que o salário mínimo fique em R$ 1.502, uma alta de 6,37% – valor que, além da recomposição da inflação prevista, também inclui o fator de “ganho real” baseado no PIB.
Essa projeção é justamente um dos fatores que impactam na revisão do superávit previsto anteriormente.
Mercado financeiro eleva previsão de crescimento pela oitava vez
O governo já enfrenta dificuldades neste ano para chegar ao déficit zero, já que o Congresso resiste em aprovar novas medidas arrecadatórias – inclusive, a reoneração dos municípios e a delimitação do Perse (programa criado na pandemia para o setor de eventos).
Para 2025, a intenção de garantir um superávit de 0,5% do PIB exigiria uma série de medidas adicionais. Integrantes da própria equipe econômica fazem uma avaliação realista de que não há mais espaço político para manter o mesmo ritmo de incremento da arrecadação federal no ano passado. Pelo menos, no que depender de decisões do Congresso.
A percepção no governo é de que as metas projetadas inicialmente eram muito ousadas, mas a realidade vem se impondo. E, a essa altura do campeonato, seria melhor manter a credibilidade de uma meta realista do que trabalhar com previsões que não serão realizadas.

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