Brasil sugere tirar menção a Israel e Rússia para fechar texto final do G20

A ideia é citar Gaza e Ucrânia, mas não citar os outros dois países para haver consenso no comunicado final. O Brasil sugeriu retirar menção a Israel e Rússia para fechar o texto final do G20, que será apresentado no final da reunião dos ministros das Finanças e dos Bancos Centrais do encontro, que acontece em São Paulo.
A ideia é citar Gaza e Ucrânia, mas não citar os outros dois países para haver consenso no comunicado final.
O texto ainda está sendo elaborado e terá dez pontos, dos quais nove estão definidos e um segue em aberto, justamente o que envolve as duas guerras. Isso porque os países envolvidos demonstram resistência em chegar a um acordo.
Em se tratando dos riscos macroeconômicos para a economia global, costurava-se citar os conflitos no texto. No entanto, para que a reunião não termine sem um comunicado final, o Brasil costurou um acordo para que fossem excluídos.
O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, desejava mencionar a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia, mas a Rússia se opõe.
O que, de fato, será mencionado, por sua vez, é a taxação dos super-ricos, embora a questão seja citada de maneira indireta. A expressão escolhida para tratar do assunto foi “tributação justa e progressiva”.
Apesar da ausência de menção explícita aos super-ricos, a abordagem da taxação é vista como um avanço positivo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia defendido a taxação do grupo, ressaltando, porém, a necessidade de acordos internacionais que evitem a fuga de capitais entre as nações.
Nesta quinta-feira (29), o tema deve ser levado para representantes das Nações Unidas (ONU) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em entrevista ao Mais, da GloboNews, Dário Durigan, número 2 do Ministério da Fazenda, reforçou o apoio à taxação dos super-ricos.
Dario Durigan fala sobre o que pode ser feito para que países tributem os mais ricos
O que é o G20?
O Grupo dos 20, ou G20, é uma organização que reúne ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais de 19 países e de dois órgãos regionais, União Europeia e a União Africana.
Juntas, as nações do G20 representam cerca de 85% de toda a economia global, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.
O G20 conta com presidências rotativas anuais. O Brasil é o atual presidente do grupo, tomou posse em 1º de dezembro de 2023 e fica no comando até 30 de novembro de 2024. Durante esse período, o país deve organizar 100 reuniões oficiais.
A principal delas será a Cúpula do G20 do Brasil, programada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
Depois de cada Cúpula, o grupo publica um comunicado conjunto com conclusões, mas os países não têm obrigação de contemplá-las em suas legislações. Além disso, os encontros separados de autoridades de dois países são uma parte importante dos eventos.
O G20 é formado pelos seguintes países:
África do Sul;
Alemanha;
Arábia Saudita;
Argentina;
Austrália;
Brasil;
Canadá;
China;
Coreia do Sul;
Estados Unidos;
França;
Índia;
Indonésia;
Itália;
Japão;
México;
Reino Unido;
Rússia;
Turquia;
União Europeia;
União Africana.
O G20 surgiu em 1999, após uma série de crises econômicas mundiais na década de 1990. A ideia era reunir os líderes para discutir os desafios globais econômicos, políticos e de saúde.
Naquele momento, falava-se muito em globalização e na importância de uma certa proximidade para poder resolver problemas. O G20 é, na verdade, uma criação do G7, que é o grupo de países democráticos e industrializados, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia.
O primeiro encontro de líderes do G20 aconteceu em 2008. A cada ano, um dos 19 países-membros organiza o evento.

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