Chuvas no RS já mataram mais que soma de desastres naturais no estado entre 1991 e 2022, apontam dados de ministério

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‘Atlas de Desastres Naturais’ contabiliza 101 mortes em três décadas; em 2023, fora do levantamento, foram 75 mortes em três ‘temporadas’ de chuva. Enchentes desde o fim de abril já mataram 126 até a sexta-feira; há mais de 100 desaparecidos. Atlas Digital de Desastres indica que RS teve 101 mortes por desastres entre 1991 e 2002; enchente atual já supera número
MDR/Reprodução
O número de mortes confirmadas no Rio Grande do Sul em razão dos temporais que atingem a região nas últimas semanas já superou o somatório de mortes registradas em 30 anos, no mesmo estado, considerando todos os desastres naturais.
Até esta sexta-feira (10), a Defesa Civil contabilizava 126 mortes no RS em razão das chuvas atuais, além de 146 desaparecidos.
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O número já é 14,8% maior que as 101 vítimas fatais de desastres naturais no Rio Grande do Sul entre 1991 e 2022 – a íntegra da série histórica disponível no Atlas Digital de Desastres do Brasil. A ferramenta é abastecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
Diferentemente dos dados atuais, os números da série histórica levam em conta desastres não relacionados às chuvas – secas, incêndios e ondas de frio, por exemplo.
No Atlas Digital de Desastres no Brasil, é possível obter números nacionais sobre o tema e informações segmentadas por estado ou município.
Lançado no ano passado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), o site se baseia em levantamentos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do MDR. O primeiro ano de referência é 1991 e o último ano da série histórica é 2022.
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Desabrigados são o dobro da série histórica
De acordo com o Atlas, no período de 2016 e 2022, aproximadamente 101 mil pessoas ficaram desalojadas por causa de desastres no Rio Grande do Sul.
No caso das chuvas intensas das últimas semanas, o número foi de 232 mil pessoas fora de casa, ou seja, mais que o dobro do registrado nesse período de quase sete anos.
O maior número de desabrigados e/ou desalojados por desastres em um único ano até então (na série histórica) foi em 2015, com 153 mil.
Os desastres classificados no portal são:
alagamentos
enxurradas
chuvas intensas
erosões
estiagem e seca
granizo
inundações
movimento de massa
incêndios florestais
ondas de frio
onda de calor e baixa umidade
tornados
vendavais e ciclones
outros
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Com 75 mortes, 2023 foi ‘prenúncio’
As mortes decorrentes das enchentes atuais destoam da série histórica até 2022, mas tiveram um “prenúncio”.
Em 2023, 75 pessoas morreram no Rio Grande do Sul em três enchentes de grande porte.
Em junho, um ciclone extratropical atingiu 41 municípios e deixou 16 mortos no Litoral Norte, além de 1,5 mil desabrigados e 14,5 mil desalojados.
Em setembro, um outro ciclone extratropical levou chuvas fortes ao Vale do Taquari que deixaram 54 mortos – era o maior desastre natural da história do estado até aquele período.
Em novembro, mais chuvas voltaram a atingir o Vale do Taquari. Cinco pessoas morreram, e pelo menos 28 mil precisaram deixar suas casas.
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