Com queda na popularidade, Lula reúne ministros nesta segunda

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Nos bastidores, auxiliares de Lula atribuem alta na avaliação negativa do petista à falta de acenos a eleitores de centro e conservadores. Para presidente, queda nos índices tem relação com promessas de campanha não cumpridas. O presidente Lula discursa em reunião com ministros, no Palácio do Planalto, em dezembro
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne na manhã desta segunda-feira (18) com 38 ministros de seu governo, na primeira reunião ministerial ampla de 2024. O encontro está marcado para ocorrer no Palácio do Planalto.
A reunião foi convocada em meio à divulgação de pesquisas de avaliação do terceiro mandato de Lula, que apontaram queda na aprovação do petista.
Levantamento da Quaest indicou que o governo de Lula é avaliado negativamente por 34% dos entrevistados. Em dezembro, o índice era de 29%. A avaliação positiva, registrada pela pesquisa em fevereiro, oscilou dentro da margem de erro (2,2 pontos para mais ou para menos) e saiu de 36% para 35%.
Pesquisa divulgada pelo Ipec também apontou queda na análise positiva do petista. 33% dos entrevistados avaliaram, no início de março, que o governo de Lula era ótimo ou bom. Em dezembro, eram 38%. A queda superou a margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou para menos.
Segundo o blog do Valdo Cruz no g1, a reunião ministerial deverá abordar estratégias para reduzir a desaprovação do petista.
A avaliação entre assessores do presidente é de que Lula tem errado ao não fazer acenos a eleitores de centro e conservadores. Declarações a respeito da guerra em Gaza, das eleições venezuelanas e na área da segurança são apontadas como fatores para a queda de popularidade.
Na última sexta (15), o presidente afirmou ter “consciência” de que as pesquisas indicam que ele estava “aquém do que o povo esperava”. Em discurso no Rio Grande do Sul, ele disse que estava “tudo bem” com a queda nos índices.
“A imprensa me perguntou: ‘O Lula perdeu popularidade’. E eu falei: ‘Tudo bem’. É porque eu estou aquém do que o povo esperava que eu estivesse, eu não estou cumprindo aquilo que prometi. E eu tenho consciência que não estou cumprindo.”
Lula declarou, ainda, que o governo começará a colher neste ano resultado de programas lançados em 2023.
“É esse ano que a gente começa o que a gente plantou o ano [de 2023] inteiro. Esse ano que a gente vai começar a colher tudo o que nós prometemos fazer”, disse.
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No fim do ano passado, durante outra reunião ministerial, o presidente disse que se dedicaria, ao longo de 2024, a agendas dentro do Brasil. O foco em compromissos no exterior foi alvo de críticas de políticos aliados de Lula.
De olho nas eleições municipais, eles esperam que a divulgação de agendas consideradas positivas com o presidente impulsione candidaturas pelo país.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou na sexta (15) que a reunião apresentará um balanço de ações do governo. Segundo ele, Lula quer monitorar “mais de perto” o “impacto” dessas medidas na população.
“Nessa reunião [de] segunda-feira, o presidente Lula está chamando todos os ministros e ministras. Em primeiro lugar, para fazer um balanço daquilo que foi aprovado ano passado no Congresso Nacional, daquilo que foi lançado, como está a execução dessas ações. O presidente Lula quer fazer um monitoramento cada vez mais de perto daquilo que foi anunciado”, disse em evento em São Paulo.
O ministro também destacou que deve ser apresentada, durante a reunião, a pauta prioritária do governo no Congresso em 2024. Padilha afirmou que o encontro será uma oportunidade para “mobilizar” ministros pela aprovação dos textos.
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Freio de arrumação
Aliados do presidente têm defendido um “freio de arrumação” em diversos temas considerados sensíveis.
Segundo o blog da Andréia Sadi no g1, a cobrança é para que haja um reposicionamento a respeito de temas ligados à política externa, relação com o eleitorado evangélico e com a alta no preço de alimentos.
A avaliação desses aliados é que falta coordenação política em torno dessas áreas. Também há uma percepção de que o campo político vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem conquistado parte do eleitorado cristão, ainda distante de Lula.

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