Ex-comandante da Aeronáutica diz à PF que Bolsonaro foi avisado que poderia ser preso se insistisse em plano golpista

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr., disse em depoimento à Polícia Federal que relatou à Bolsonaro ser contra as articulações para golpe de Estado. E que o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, afirmou a Bolsonaro, em reunião com os comandantes das Forças Armadas, que teria que prender o ex-presidente se ele tentasse consumar o plano golpista. O blog teve acesso aos trechos do depoimento que tratam desses dois pontos.
Baptista Jr. relatou que o então comandante do Exército listou os atos contra a democracia que o levariam a ter que prender Bolsonaro.
“Que em uma das reuniões dos comandantes das forças com o então presidente após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO [Garantia da Lei e da Ordem], ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse.
Em outro trecho do depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica relata uma outra reunião em que ele próprio diz ter sido claro com Bolsonaro de que não toparia participar de nenhum plano golpista.
“Em outra reunião de comandantes das forças com o então presidente da República, o depoente deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então presidente permanecer no poder após o término do seu mandato. Que deixou claro ao então presidente Jair Bolsonaro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder”, disse Baptista Junior à PF.
Depoimento de Freire Gomes
Na quinta-feira (14), a revista “Veja” publicou trechos do depoimento do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A TV Globo também teve acesso às declarações.
Freire Gomes confirmou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no TSE e “apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral” de 2022.

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