Governo pede ao MP que investigue se polícia fez operação ilegal contra exploração sexual infantil com Arthur do Val na Ilha de Marajó

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Ministério dos Direitos Humanos oficiou nesta segunda-feira (11) o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Pará para que investigue se a Polícia Civil fez uma operação ilegal na ilha de Marajó em conjunto com o ex-deputado e youtuber. Em vídeo, Arthur do Val diz ter conversado com agente da Polícia Civil e organizado ação contra exploração sexual infantil
Reprodução
O ministério dos Direitos Humanos oficiou nesta segunda-feira (11) o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Pará para que investigue se a Polícia Civil fez uma operação ilegal na ilha de Marajó em conjunto com um civil, o ex-deputado estadual de SP e youtuber, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei.
Segundo um vídeo divulgado pelo próprio Do Val em 8 de março, o youtuber viajou para Marajó sob pretexto de investigar denúncias de exploração sexual infantil. A data da viagem não foi revelada
O vídeo mostra o youtuber marcando um encontro com duas adolescentes em um hotel com objetivo de criar um flagrante para a polícia.
“Quando eu estava conversando com os policiais eu expus uma ideia de fazer uma espécie de resgate para filmar exatamente o que está acontecendo em vista de que eu fui informado, anteriormente, de que havia sim a possibilidade de se encontrar menores de idade para exploração sexual [em Marajó]. A polícia de lá, principalmente a polícia civil, se mostrou muito proativa e falou ‘vamos fazer’”, afirma o youtuber.
O vídeo mostra o momento em que agentes da Polícia Civil chegam ao hotel e encontram as adolescentes. O ofício do Ministério dos Direitos Humanos ressalta que, além de elas terem sido filmadas, foram conduzidas à delegacia.
Procurada, a Polícia Civil nega que tenha havido uma ação conjunta com o ex-deputado e que apenas respondeu a uma denúncia, mas que não constatou crime de exploração sexual. (leia a íntegra da nota abaixo).
O ofício do Ministério dos Direitos Humanos enviado ao Ministério Público do Pará relata a situação, cita o vídeo e indica que há pontos não esclarecidos sobre este caso.
“Solicito respeitosamente a adoção de medidas por parte desta Procuradoria-Geral para investigar as circunstâncias em que a operação foi realizada, inclusive quanto à sua legalidade, visto que, s.m.j, aparenta ter sido planejada e conduzida por cidadão comum, com o apoio de autoridades locais, resultando apenas na exposição e condução das adolescentes à autoridade policial”, diz o ofício enviado pelo Ministério dos Direitos Humanos ao Ministério Público do Pará.
O Ministério Público do Pará e a Secretaria de Segurança Pública do Pará não responderam às perguntas enviadas pelo blog até a última atualização desta reportagem.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil do Pará informa que não realizou ação junto ao ex-deputado Arthur do Val. Após receber uma denúncia, uma equipe da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Breves apurou um suposto crime de exploração sexual, que não foi constatado. A Polícia Civil apura as denúncias realizadas por qualquer cidadão e ressalta ainda que avalia a publicação feita pelo ex-deputado por meio do jurídico da PCPA.

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