Lula critica ideia de ‘casas provisórias’ para atingidos por enchentes no RS; medida foi anunciada por Leite

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Governador do RS anunciou a construção de 500 moradias temporárias, de 27 metros quadrados cada. Contrário à ideia, Lula admite que é demorado construir casas em locais seguros. Lula durante visita ao bairro Navegantes, em Arroio do Meio (RS), nesta quinta-feira (6).
Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (11) planos de construção de casas provisórias para as pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Na semana passada, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou de 500 casas temporárias para famílias de baixa renda que tiveram residências destruídas pela catástrofe ambiental.
Lula deu a declaração durante um encontro com autoridades de Pernambuco, no Palácio do Planalto, no qual o governo firmou um acordo para indenizar famílias que moravam em prédios com risco de desabamento.
O presidente destacou que muitas vezes obras provisórias se tornam definitivas. Ele reconheceu, no entanto, que é um processo demorado construir novas residências em locais seguros.
“Eu disse ao companheiro Jader [Filho, ministro das Cidades] lá no Rio Grande do Sul, porque tem sempre a ideia de que é preciso cuidar de fazer casa provisória, e eu falava não tem casa provisória. É melhor dizer a verdade para o povo, é melhor dizer que destruir é muito rápido, construir é muito demorado”, afirmou Lula.
“A gente vai ter que encontrar terreno sólido, vai ter que fazer casa com rua, com esgoto, com água, com energia elétrica, com área de lazer para as crianças, com escola, porque a gente não pode fazer o pessoal, depois do que passaram no Rio Grande do Sul, voltar a morar em lugar inóspito, em lugar inseguro”, acrescentou.
Casas temporárias no RS
O governador Eduardo Leite anunciou na última sexta-feira (7) R$ 86,7 milhões para construir 250 moradias definitivas (R$ 20 milhões) e 500 temporárias (R$ 66,7 milhões) voltadas a famílias de baixa renda.
As casas provisórias, conforme o governo gaúcho, serão instaladas em Eldorado do Sul (250), na Região Metropolitana de Porto Alegre (100) e no Vale do Taquari (150).
O governo gaúcho destinará as unidades para famílias cujas casas foram totalmente destruídas ou estão com estrutura condenada. As prefeituras farão a seleção das famílias.
A moradias são modulares e com base metálica, com 27 metros quadrados e terão dormitório, sala/cozinha conjugadas e banheiro, mobiliário planejado e eletrodomésticos.
O governo informou que o prazo de entrega é de 30 dias a partir da liberação do terreno. As unidades provisórias serão usadas até que sejam construídas moradias definitivas.
Leite explicou na sexta que as residências “são provisórias, mas são reaproveitáveis”.
“A ideia é ter estruturas que o Estado instala onde é necessário para, provisoriamente, abrigar as famílias. Viabilizada a moradia definitiva, vamos remover e acondicionar o módulo em depósito do Estado. Se for necessário, poderá ser utilizado em outra circunstância”, explicou o governador.

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