Lula diz que quer recuperar indústria naval e critica venda de ativos da Petrobras

Presidente relembrou que — como resultado de investimentos em tecnologia — o país descobriu o pré-sal em 2007, tornando a Petrobras ‘a empresa mais preparada para retirar petróleo em águas profundas’. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as privatizações de empresas do grupo Petrobras feitas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as tentativas de desmontar o sistema produtivo da empresa.
Lula deu a declaração nesta terça-feira (2) durante cerimônia de anúncio do início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço, em Niterói (RJ).
“Eles não tiveram coragem de privatizar a Petrobras, porque teriam que passar pelo Congresso, então começaram a vender ativos, como venderam o gasoduto, a BR [Distribuidora] e uma empresa de gás que a gente tinha, porque o objetivo era desmontar o sistema produtivo da Petrobras”, disse.
Ruído na Petrobras afasta o grande investidor
Lula relembrou que, como resultado de investimentos em tecnologia da Petrobras, a empresa descobriu o pré-sal em 2007, grande reserva de petróleo em águas profundas no mar territorial do Brasil.
“A partir do pré-sal, começamos a entender que poderíamos fazer da Petrobras o futuro deste país da nossa juventude”, afirmou o presidente.
Ainda segundo Lula, o governo federal agora também faz um esforço para tentar recuperar a companhia e a indústria naval brasileira.
O presidente afirmou ainda que ao assumir o governo federal pela primeira vez, em 2003, estabeleceu a meta de que 70% dos navios brasileiros e componentes seriam de produção nacional.
Situação da Petrobras
A disputa interna pelo controle da empresa, escancarada na crise causada pela distribuição de dividendos extraordinários, que foi cancelada por decisão de membros do Conselho de Administração da estatal ligados ao governo, fez as ações da Petrobras despencarem.
Segundo o blog do jornalista Valdo Cruz, o movimento do governo irritou investidores, causou prejuízo para os cofres do Tesouro Nacional, e pode prejudicar ainda mais em outros processos na Receita Federal.
A proposta da diretoria comandada por Jean Paul Prates era distribuir entre os acionistas metade dos dividendos extraordinários, cerca de R$ 3,5 bilhões. Mas os conselheiros que representam o governo decidiram votar contra e tiveram o apoio da representante dos funcionários.
O presidente da estatal se absteve e os quatro conselheiros que representam os minoritários votaram a favor da proposta da diretoria, que acabou rejeitada mesmo assim. O conselho é formado por 11 membros.
Segundo assessores presidenciais ouvidos pelo blog, a ideia de barrar a distribuição dos dividendos tinha o objetivo de destinar esses recursos para investimentos.

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