Petrobras: com pouco apoio no governo, Jean Paul Prates é defendido pelo mercado

O mercado hoje apoia Jean Paul Prates no comando da Petrobras. Antes, Prates era criticado pelo mesmo mercado por ter mudado a política de preços da estatal.
Ele pôs fim à Paridade de Preços Internacionais (PPI), que sempre gerava instabilidade nos preços dos combustíveis, mas evitava prejuízos para a estatal, não permitindo que os preços ficassem defasados em relação aos produtos no exterior.
Dentro do governo, ocorreu o inverso. Jean Paul Prates foi uma escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elogiado por ele depois que acabou com a PPI, reduzindo as pressões inflacionárias dos preços da gasolina e do diesel, e acalmando com isso os caminhoneiros.
Agora, sofre críticas porque não estaria fazendo os investimentos que o governo quer na estatal.
A equipe de Jean Paul Prates se defende listando os resultados já atingidos pela estatal durante sua gestão, e não concorda com as críticas de que estaria deixando de investir na transição energética.
A guerra, segundo os dois lados, envolve investimentos que a estatal não considera prioritários, mas que ministros e assessores de Lula defendem, principalmente na área de gás.
Discussão sobre o futuro
A audiência solicitada por Jean Paul Prates com o presidente Lula ainda não foi marcada, mas pode acontecer no fim de semana ou no início da próxima semana.
Depois das turbulências desta quinta-feira (5), o grupo do atual presidente da Petrobras terminou o dia com a certeza de que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não está fazendo um voo solo ao atacá-lo. Tem apoio no Palácio do Planalto e no PT.
Por isso, Prates quer ouvir de Lula o que precisa fazer. Manter sua política de investimentos, de US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028, que pode gerar 280 mil empregos diretos e indiretos, ou deixar a empresa porque o Palácio do Planalto não concorda com a forma como ela vem sendo tocada.
Enquanto isso, Lula já até sondou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para ficar preparado para assumir o lugar de Jean Paul Prates caso ele saia do comando da estatal. Mercadante e Prates, inclusive, já conversaram sobre isso.
O presidente do BNDES o procurou para dizer que não participa de nenhum movimento para tirá-lo do cargo, mas fez questão de dizer que foi sondado para o posto por lealdade.

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