‘Retrocesso inominável’ e ‘verdadeiro teatro’, diz Silvio Almeida sobre PMs de SP decidirem se querem ligar câmeras corporais em ocorrências

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Mudança prevista em edital do governo de SP para compra de novas câmeras pode dificultar investigações de violência policial, dificultar a produção de provas para investigações e diminuir a proteção do próprio policial. Policiais militares do estado de SP usam câmeras corporais na farda
Reprodução/TV Globo
“Esse é mais um retrocesso inominável, verdadeiro teatro”, disse ao blog o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, nesta quinta-feira (23), ao comentar a possibilidade de policiais militares do estado de São Paulo poderem escolher se querem ou não gravar operações e abordagens com câmeras corporais.
Nesta semana, o governo de São Paulo lançou um edital para contratar 12 mil novas câmeras corporais para a Polícia Militar.
O documento prevê que os policiais sejam os responsáveis por decidir quando e se vão ligar a câmera.
“Ora, se de um lado há policiais que vão ligar e há outros que vão desligar a câmera, onde está o critério de preservação das vidas envolvidas em ações policiais? Me parece que o governo de SP ignora o fato de que a câmera também serve para proteção da vida dos policiais. Esse é mais um retrocesso inominável, verdadeiro teatro”, diz o ministro.
Na prática, a mudança pode dificultar investigações de atos de violência policial, uma vez que pode aumentar o uso da força de forma indiscriminada e sem controle, dificultar a produção de provas para investigações e diminuir a proteção do próprio policial que se encontre em situação de risco e/ou que tenha sua conduta questionada.
Atualmente, há 10.125 câmeras em operação no estado que foram compradas por meio de dois contratos, e as gravações são divididas em duas categorias: de rotina e intencionais. Todas elas serão substituídas pelos novos equipamentos e 2 mil novas serão compradas.

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