Sindicato de policiais penais diz que monitorar conversas de Ronnie Lessa em Tremembé é impossível; entenda

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Lessa será transferido em breve para uma penitenciária de segurança máxima em Tremembé, no interior de São Paulo. Nesta segunda-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a penitenciária deve monitorar com áudio e vídeo as conversas do detento na prisão. Ronnie Lessa durante delação à PF
Reprodução/TV Globo
O sindicato que representa os policiais penais que atuam nos presídios do estado de São Paulo se manifestaram, nesta segunda-feira (17), afirmando que é impossível monitorar as conversas de Ronnie Lessa na penitenciária de segurança máxima de Tremembé, no interior de São Paulo, para onde ele deve ser transferido em breve.
A manifestação da entidade ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar nesta segunda-feira (17) que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo mantenha o monitoramento de conversas, verbais e escritas, de Ronnie Lessa com familiares e advogados na penitenciária de Tremembé (SP), além de monitoramento no parlatório e nas áreas comuns da cadeia.
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Segundo o sindicato, essa determinação do ministro é impossível e inviável de ser cumprida.
“O Sindicato avalia que a determinação que ordena o monitoramento de áudio e vídeo do ex-policial militar Ronnie Lessa no parlatório e em áreas comuns do Complexo Penitenciário de Tremembé, para onde será transferido, é impossível de ser cumprida”, disse o sindicato em trecho da nota.
“Na avaliação do sindicato, mesmo no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o mais rígido do país fora dos presídios federais, o monitoramento total é impossível. Nesta unidade, o parlatório é monitorado, mas as áreas comuns não são. Em Tremembé, que não possui RDD, monitorar totalmente um preso é inviável”, completou.
Ainda segundo o sindicato, a imposição de monitoramento em áreas comuns é impraticável e coloca em risco a integridade do próprio sistema prisional e dos agentes penitenciários.
Anteriormente, o sindicato já havia se manifestado contra a transferência de Lessa para Tremembé, alegando que a vinda do assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes para a P1 poderia causar risco para a penitenciária e para o próprio detento.
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A TV Globo apurou que Lessa deve ser transferido para Penitenciária 1 “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, um presídio de segurança máxima, ao invés de ir para a Penitenciária 2, que é conhecida como ‘presídio dos famosos’ e atualmente abriga, por exemplo, o ex-jogador Robinho.
De acordo com o Sifuspesp, a P1 é conhecida por ser dominada por uma facção criminosa, que historicamente é inimiga de milicianos. Para o sindicato, “a presença de Lessa nesta unidade, mesmo que em ala de segurança, colocaria sua vida em risco e poderia gerar instabilidade na segurança da prisão”.
O g1 acionou a Secretaria de Administração Penitenciária, para checar se a P1 de Tremembé tem a estrutura necessária para fazer o monitoramento de Lessa ou se seria necessário fazer adaptações, mas o órgão informou que “não pode divulgar esse tipo de informação por questão de segurança”.
Vista aérea da P1 de Tremembé
Google Earth/ Reprodução
Transferência
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou o pedido de transferência de Ronnie Lessa para o complexo penitenciário de Tremembé (SP).
O ex-policial militar está preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele confessou ser o assassino em delação premiada.
“[Determino] a transferência do colaborador Ronnie ao Complexo Penitenciário de Tremembé, observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas, enquanto não encerrada a instrução processual em curso”, diz o texto.
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A transferência foi um pedido da defesa sob o argumento de que, em São Paulo, Lessa ficará mais próximo da família. No complexo penitenciário de Tremembé também estão o ex-jogador Robinho e Cristian Cravinhos, preso pelo assassinato do casal Richthofen.
Apesar disso, Ronnie não ficará na Penitenciária 2 “Dr. José Augusto Salgado”, a P2, mais conhecida como ‘presídio dos famosos’. Ele ficará na Penitenciária 1 “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, um presídio de segurança máxima onde estão presos “comuns”. O local atualmente está superlotado, segundo os números da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
Atualmente, Lessa está na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Não há previsão de quando a transferência vai acontecer.
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