Zema diz que União vai propor novo modelo de recuperação fiscal e pode pedir adiamento do pagamento da dívida de Minas

Governador afirmou que proposta deve ser apresentada até o fim de março e que o ministro da Fazenda estuda pedir, junto com Zema, adiamento do pagamento do passivo do estado. Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta quarta-feira (6) que o governo federal deverá apresentar até o final de março um novo modelo para o regime de recuperação fiscal dos estados.
Além de Lula, estiveram presentes na reunião com o governador mineiro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; Rui Costa, da Casa Civil; Alexandre Silveira, de Minas e Energia; e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
“O ministro Haddad disse-nos que a Secretaria do Tesouro Nacional, o Ministério da Fazenda estará apresentando até o final de março uma proposta de aperfeiçoamento do atual regime de recuperação fiscal. Esse ponto, vale lembrar, é extremamente importante não só pra Minas Gerais, como para os outros estados que já fizeram adesão: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás”, disse o governador.
De acordo com Zema, o governo federal e o de Minas deverão pedir o adiamento do retorno da obrigatoriedade do pagamento da dívida do estado. Atualmente, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou até abril o prazo para o governo mineiro aderir ao regime de recuperação fiscal. Até esta data o pagamento está suspenso.
“O ministro já deixou claro que ele irá, juntamente com o Governo de Minas Gerais, solicitar a prorrogação do prazo no Supremo Tribunal Federal, caso ele chegue à conclusão que esse prazo de 20 de abril não é suficiente. Talvez essas alterações tenham de passar pelo Congresso e levem o tempo maior. Então tudo isso está muito bem alinhado. Foi uma conversa muito produtiva”, afirmou Zema após a reunião.
Romeu Zema e Lula conversam durante evento do governo federal em MG
Aproximação
A reunião desta quarta foi vista como um aceno do Executivo ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A negociação da dívida de Minas, um dos estados mais endividados da federação, é uma das principais causas do presidente do Senado. Zema, por sua vez, é um dos opositores mais ferrenhos do presidente Lula.
Na véspera do encontro, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que a discussão da dívida do estado era “um pleito apresentado pelo presidente Rodrigo Pacheco, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputados federais.”
R$ 160 bilhões
O estado de Minas Gerais tem uma dívida de aproximadamente R$ 160 bilhões com a União. Ainda em 2019, o governador Romeu Zema enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei para permitir a adesão de MG ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas o texto nunca foi votado em Plenário.
A ideia do RRF é que estados em desequilíbrio fiscal tenham acesso a benefícios, como a suspensão do pagamento da dívida, desde que adotem medidas de controle de gastos.
Entenda a dívida de MG com a União, o que é o Regime de Recuperação Fiscal e a alternativa que inclui federalização da Cemig
Entre as previstas no plano de recuperação fiscal mineiro, está a concessão de apenas duas recomposições inflacionárias para os servidores em nove anos, em 2024 e 2028.
Em novembro do ano passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), entregou ao presidente Lula uma proposta alternativa para a solução da dívida de MG com a União, que inclui a federalização das estatais Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia de Saneamento (Copasa).
As propostas estão sendo analisadas pelo Ministério da Fazenda.

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