Carol Portaluppi fala de distúrbio de imagem e revela ter epilepsia: ‘Muita gente nem imagina’

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Em entrevista ao gshow, filha de Renato Gaúcho relembrou traumas de infância e contou sobre problemas pessoais que enfrenta Carolina Portaluppi fala sobre pressão estética e condição de saúde
[Atenção: este texto pode trazer gatilhos para pessoas que sofrem com distúrbio de imagem, anorexia e bulimia. Se você está passando por esses problemas ou conheça alguém que está, procure ajuda]
“Coragem”, segundo o dicionário Oxford, significa “firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil”. Foi isso que Carol Portaluppi teve ao relevar pela primeira vez, para um veículo jornalístico, que sofre com distúrbio de imagem e que tem epilepsia.
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O papo com a filha de Renato Gaúcho tinha como pauta a chegada dos 30 anos, que ela faz na terça-feira (21). Mas a conversa de pouco mais de 1 hora, acabou perpassando por uma postagem sua de 2019, que falava sobre estar abaixo do peso, Carol então desabafou sobre o período difícil que passou. (Assista no vídeo acima)
Nunca contei isso para ninguém. Eu já tive problema de comer e vomitar. Já tive em vários períodos na minha vida, era uma coisa que volta e meia eu tinha. Quando me sentia muito mal, ficava um mês fazendo isso. De um tempo para cá, estou conseguindo manter um equilíbrio.”
Carol Portaluppi falou pela primeira vez sobre o distúrbio de imagem que sofre
Instagram
Quando tudo começou?
Carol acredita que o primeiro gatilho para ativar a insegurança sobre seu corpo aconteceu quando ainda era uma adolescente, aos 15 anos. Sua mãe, Carla Cavalcanti, a levou para ser fotografada em uma renomada agência de modelos do Rio de Janeiro. E lá, o dono disse que a jovem era bonita, mas falou que seu rosto era “muito redondo” e que precisava emagrecer.
“Aquilo ficou muito marcado em mim. Não conhecia nada. Meu rosto, de fato, é redondo. Tenho muita bochecha. Genética. Minha família tem. Só que, quando ele falou aquilo de uma forma pejorativa, mexeu muito comigo. Dalí em diante, fiquei nesse problema alimentar”, relembra.
Carol Portaluppi e Renato Gaúcho em clique antigo
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Mesmo praticando exercícios e mantendo uma alimentação saudável, Carol lembra que começou a ver defeitos em seu corpo quando começou a carreira artística como modelo. “Começava a achar o rosto gordo, o corpo não tava bom, que eu estava gorda. Uma imagem que não era real, um distúrbio de imagem”.
Quadro de magreza
Com o tempo, a situação se agravou mais. Em 2020, Carol chegou a pesar 52 quilos, sete a menos do seu peso ideal. Segundo o índice de massa corporal, o IMC, a influenciadora estava no quadro de magreza, ela deveria pesar 59 quilos, para os seus 1,73 cm de altura, para sair desse índice perigoso.
Recentemente, ela fez uma postagem em que falou sobre o assunto para os seus seguidores. Relembre abaixo:
“Antes de você comentar que eu estou linda na foto ou sobre minha barriga chapada, lê aqui: quando minha amiga(o), tirou essa foto, eu pesava 4 quilos a menos do que eu deveria, estava totalmente mal de cabeça, não estava uma magra saudável, fazia jejum de quase dois dias. Estou me abrindo assim, coisa que não faço, para vocês refletirem um pouco… sobre o que é importante de verdade, e quem vocês devem amar em primeiro lugar sempre 🙂 Boa noite”.
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‘Forçava vômito…. Estava com cara de doente’
Carol não chegou a ser diagnosticada com bulimia ou anorexia (saiba mais sobre os transtornos alimentares clicando aqui), mas forçava o vômito por sentir que estava acima do peso. Esse é um ponto que a influenciadora não gosta de lembrar. “Eu fazia. É uma situação triste. Eu recorri aquilo”.
“Eu comia, me sentia muito mal, desesperada, chorava, e aí eu partia para isso. Quando me sentia muito mal, ficava um mês fazendo. Então, falava: ‘Não! Não posso, tenho que parar, não vou me deixar levar. Não vou viver desse jeito. Não é vida’. Não quero que isso seja parte da minha vida, não quero ficar doente desse jeito”.
“Então, eu conseguia parar. Não foi uma coisa que me acompanhou, que eu fiquei anos fazendo. Só que tinha momentos em que não conseguia, que era mais forte do que eu. E eu não me achava magra. Ao contrário, achava que estava ótima. Melhor época da minha vida, sabe?”, conta.
Carol diz que na época, seus seguidores elogiavam muito o seu corpo. Hoje, ela entende que não estava bem. “Os ossos estavam aparecendo”. Tanto é que a influenciadora apagou diversas fotos dessa etapa de sua vida das redes sociais e confidenciou que não consegue vê-las mais.
“Eu olho para as fotos e tomo um susto. Apaguei, porque me dói olhar. Uma dor de pensar: ‘nossa, a que ponto cheguei?’ Não estava bem de cabeça”, reflete.
Carol Portaluppi relembra problemas com distúrbio de imagem
gshow
Ajuda para lidar e entender
Carol conta que procurou ajuda psiquiátrica e nutricional após anos lutando sozinha contra o distúrbio e, com o tempo, voltou a engordar, chegando ao seu peso certo. Porém, demorou um pouco para achar que estava com o peso “ideal” que, para ela, era 50 quilos.
“Estou no nutricionista pela primeira vez. Mas, confesso que é sempre uma batalha. Amo comer e tudo mais, mas nunca tenho aquela tranquilidade, sabe? Mesmo eu comendo coisas saudáveis é como se eu tivesse uma culpa por estar comendo”, diz.
“Estou conseguindo me manter tem bastante tempo. Sem nenhum tipo de recaída. Mas, com certeza, com o amadurecimento a gente aprende muita coisa. Consegue se entender melhor, mas ninguém, de qualquer idade, está livre de ter esse tipo de problema”.
Carol Portaluppi
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Epilepsia
Carolina Portaluppi fala sobre condição de saúde
Na entrevista, Carol Portaluppi contou ainda que, quando tinha 22 para 23 anos, começou a ter convulsões(veja no vídeo acima). A influenciadora lembra que demorou para descobrir que era epilética e, assim como muitas pessoas, não sabia exatamente do que se tratava a condição.
“Acho que muita gente nem imagina”, diz sobre a epilepsia.
Foi apenas na quarta vez que teve uma crise, que ela descobriu o quadro. Carol estava na academia e o seu personal trainer viu todo o seu processo e a alertou sobre achar que ela era epilética. “Você tem um blackout, um apagão”.
“Falei: ‘Eu posso morrer?’. E muita gente deve achar que pode morrer. De fato, se você bater a cabeça, você pode. Mas não pela crise. Fui a um neurologista, comecei a me tratar com remédios que vou tomar a minha vida toda”, lembra.
Segundo o g1, as crises epiléticas são sinais e sintomas que ocorrem devido a uma descarga excessiva e anormal do cérebro.
Carol nunca tinha falado sobre o assunto e ainda pensa em como expor em sua rede social. Com a entrevista, sentiu-se segura para contar um pouco sobre sua rotina. Uma das coisas que ela não pode fazer, por exemplo, é dirigir.
“Pensei em falar porque acho que muita gente se identifica e que eu poderia ajudar de alguma forma. Não é uma coisa assustadora”, diz.
“Não é nada demais se você se tratar. Se você tiver um acompanhamento médico, se tomar o seu remédio, não vai ter convulsão. Coisas que você pode ou não pode fazer, coisas que podem ser um gatilho para ter uma (crise)”, conta.
Carol Portaluppi
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