Cantora desfilou pela grife AZ Marias no terceiro dia do evento, nesta quinta-feira (11) Pepita desfila pela grife AZ Marias no terceiro dia do SPFW N57
Fabiano Battaglin/gshow
“Meu corpo é político”. A fala de Pepita resume a importância de sua presença em mais uma edição do São Paulo Fashion Week. Nesta quinta-feira (11), terceiro dia de SPFW N57, a cantora desfilou pela primeira vez como convidada da grife AZ Marias e brilhou na passarela ambientada no Teatro Oficina, no centro da capital paulista. Para ela, sua participação amplia o espaço para pessoas travestis e transgênero na moda.
“A diversidade faz isso aqui acontecer. Meu corpo, minha imagem, minha voz, minha fala são um ato político e um ato de resistência. Qualquer pessoa pode se vestir do jeito que quiser e se sentir confortável. É meu lema e a minha vivência de ser uma travesti no país que mais me mata”, analisa.
Vaidosa, Pepita enumera as intervenções que realizou no corpo e destaca sua mais nova paixão: o boxe. Além de queimar calorias e manter a forma, o esporte tornou-se sua defesa pessoal contra o preconceito que ainda sofre simplesmente por ser quem é.
“Eu fiz bastante coisa, mexi bastante no rosto e no corpo, botei prótese três vezes, botei bunda, fiz lipo duas vezes. Mas agora, aos 41 anos, eu faço boxe, que me ajudou muito. Comecei a fazer boxe para poder me defender de olhares, de situações, de uma palavra que muitas pessoas acham ‘mimimi’, mais conhecido como transfobia. O boxe entrou na minha vida por esse motivo e me faz muito bem. Ali eu boto todas as minhas adrenalinas e minhas emoções para fora”, conta a artista.
Maternidade
Acompanhada do marido, Kayque Nogueira, Pepita também aproveita para refletir sobre maternidade e os cuidados para cuidar do filho, Lucca Antonio, e protegê-lo de todo tipo de discriminação.
“Hoje eu sou mãe de uma criança de 2 anos e 4 meses. Posso gritar para os quatro cantos que eu me tornei uma leoa. Muito prazer”. Ser mãe é dificultoso, é complicado. Mas é gostoso. Quando eu entro na minha casa, fecho a porta e ali é meu mundo, ali é minha vida. Ali ninguém me olha de cara feia, ali ninguém me aponta, ali ninguém se incomoda com o meu corpo nem com a minha voz naquele ambiente. O meu mundo, o meu alicerce, é minha casa. Quando eu tenho que sair para viver alguma coisa fora do meu lar, estou sempre blindada contra os olhares, contra as falas e contra o preconceito”, ressalta.
“Meu nome é Pepita e meu sobrenome é resistência, muito prazer. Você gostando ou não gostando, entendendo, se fazendo de difícil ou não querendo entender, não tem importância. Eu sou mãe, esposa, tenho filho, sim, e sou travesti, sim. Muito prazer.”
Pepita desfila pela grife AZ Marias no terceiro dia do SPFW N57
Fabiano Battaglin/gshow
Pepita desfila pela grife AZ Marias no terceiro dia do SPFW N57
Fabiano Battaglin/gshow
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“Eu fiz bastante coisa, mexi bastante no rosto e no corpo, botei prótese três vezes, botei bunda, fiz lipo duas vezes. Mas agora, aos 41 anos, eu faço boxe, que me ajudou muito. Comecei a fazer boxe para poder me defender de olhares, de situações, de uma palavra que muitas pessoas acham ‘mimimi’, mais conhecido como transfobia. O boxe entrou na minha vida por esse motivo e me faz muito bem. Ali eu boto todas as minhas adrenalinas e minhas emoções para fora”, conta a artista.
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