Retorno do diretor de ‘O Poderoso Chefão’ ao festival dividiu opiniões com o filme Francis Ford Coppola durante a coletiva de imprensa do longa “Megalópolis”
Reuters
Responsável pelo filme mais polêmico do Festival de Cannes 2024 – até agora -, Francis Ford Coppola definiu o seu controverso “Megalópolis” como um “trabalho de equipe” que levou 40 anos para sair do papel. A coletiva de imprensa do longa-metragem, que aconteceu nesta sexta-feira (17), na famosa avenida Croisette, foi marcada pela presença de estrelas, como o protagonista, Adam Driver, e se concentrou na defesa que o diretor fez sobre a liberdade em plena crise democrática nos EUA.
“É um filme sobre tempo, o que tem muito a ver com ritmo. Sou filho de um músico, e isso pesa”, disse Coppola ao gshow, depois de uma referência à sua filha, Sofia, diretora do sucesso “Encontros e Desencontros”. “Estive aqui em Cannes com ‘Apocalypse Now’ com a Sofia nos meus braços. Ela tinha 5 anos”, lembra.
Francis Ford Coppola com Romy Croquet Mars, Cosima Mars, Roman Coppola e Talia Shire
Reuters
Durante a exibição de “Megalópolis” houve vaia, silêncio e aplausos tímidos na projeção do mais esperado dos 22 concorrentes à Palma de Ouro de 2024. O longa dividiu opiniões entre a crítica. Para alguns é um exercício de pura extravagância e para outros um gesto poético de risco absoluto.
“Arte não é um hambúrguer que você engole, mas não te dá nada de nutritivo. Arte precisa iluminar nossa realidade”, disse o cineasta, de 85 anos.
Ele explicou a analogia que a trama faz entre os Estados Unidos pós 11 de Setembro e o Império Romano. Todos os nomes dos personagens evocam políticos, generais ou filósofos da Roma Antiga.
“Quando idealizei o filme, ele seria um épico romano ambientado na América de hoje. Em parte, isso se passa pelo fato de estarmos perto de perder nossa república. O que se passa com a democracia americana torna-se o filme mais pertinente”, disse Coppola, que pediu para ser chamado de Francis. “A garotada me chama de Tio Francis”, brincou.
Diretor Francis Ford Coppola no tapete vermelho com Aubrey Plaza e Adam Driver no tapete vermelho para exibição de ‘Megalopolis’, em Cannes
REUTERS/Clodagh Kilcoyne
Idealizado por Coppola em 1977, esboçada como projeto em 1983 e retomada em 2019, “Megalópolis” conta com um elenco de peso, que reúne Dustin Hoffman, Giancarlo Esposito, Jon Voight, Aubrey Plaza, Nathalie Emmanuel, Shia LaBeouf e Talia Shire (irmã do cineasta). As filmagens aconteceram em 2022 e 2023, nos estúdios Trilith, em Atlanta, na Geórgia.
“Eu desisti dele, retomei-o, ouvi Jon Voight dizer que eu precisava fazê-lo”, afirma o cineasta.
No teaser divulgado pela American Zoetrope, produtora de Coppola, o personagem de Adam Driver caminha sobre o teto de uma construção luxuosa e observa os céus de sua cidade até que, prestes a cair, ele consegue parar o tempo com uma palavra de ordem, estalando o dedo para que tudo volte a funcionar. O tal personagem é Cesar Catilina, um arquiteto Prêmio Nobel, definido como cientista com poderes especiais cujo sonho é construir um mundo utópico.
Veja fotos do Festival de Cannes 2024
“Um filme deve nos inspirar e isso aconteceu aqui”, disse Esposito, o ator mais elogiado no filme. “Um artista deve correr riscos. A gente correu. Francis nos deixou livres, mas estava lá, com uma diretriz”.
O Festival de Cannes segue até o dia 25. Nesta sexta-feira (17) será exibido o badalado “Kinds of Kindness”, novo longa do diretor de “Pobres Criaturas”, o grego Yorgos Lanthimos.
Reuters
Responsável pelo filme mais polêmico do Festival de Cannes 2024 – até agora -, Francis Ford Coppola definiu o seu controverso “Megalópolis” como um “trabalho de equipe” que levou 40 anos para sair do papel. A coletiva de imprensa do longa-metragem, que aconteceu nesta sexta-feira (17), na famosa avenida Croisette, foi marcada pela presença de estrelas, como o protagonista, Adam Driver, e se concentrou na defesa que o diretor fez sobre a liberdade em plena crise democrática nos EUA.
“É um filme sobre tempo, o que tem muito a ver com ritmo. Sou filho de um músico, e isso pesa”, disse Coppola ao gshow, depois de uma referência à sua filha, Sofia, diretora do sucesso “Encontros e Desencontros”. “Estive aqui em Cannes com ‘Apocalypse Now’ com a Sofia nos meus braços. Ela tinha 5 anos”, lembra.
Francis Ford Coppola com Romy Croquet Mars, Cosima Mars, Roman Coppola e Talia Shire
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Durante a exibição de “Megalópolis” houve vaia, silêncio e aplausos tímidos na projeção do mais esperado dos 22 concorrentes à Palma de Ouro de 2024. O longa dividiu opiniões entre a crítica. Para alguns é um exercício de pura extravagância e para outros um gesto poético de risco absoluto.
“Arte não é um hambúrguer que você engole, mas não te dá nada de nutritivo. Arte precisa iluminar nossa realidade”, disse o cineasta, de 85 anos.
Ele explicou a analogia que a trama faz entre os Estados Unidos pós 11 de Setembro e o Império Romano. Todos os nomes dos personagens evocam políticos, generais ou filósofos da Roma Antiga.
“Quando idealizei o filme, ele seria um épico romano ambientado na América de hoje. Em parte, isso se passa pelo fato de estarmos perto de perder nossa república. O que se passa com a democracia americana torna-se o filme mais pertinente”, disse Coppola, que pediu para ser chamado de Francis. “A garotada me chama de Tio Francis”, brincou.
Diretor Francis Ford Coppola no tapete vermelho com Aubrey Plaza e Adam Driver no tapete vermelho para exibição de ‘Megalopolis’, em Cannes
REUTERS/Clodagh Kilcoyne
Idealizado por Coppola em 1977, esboçada como projeto em 1983 e retomada em 2019, “Megalópolis” conta com um elenco de peso, que reúne Dustin Hoffman, Giancarlo Esposito, Jon Voight, Aubrey Plaza, Nathalie Emmanuel, Shia LaBeouf e Talia Shire (irmã do cineasta). As filmagens aconteceram em 2022 e 2023, nos estúdios Trilith, em Atlanta, na Geórgia.
“Eu desisti dele, retomei-o, ouvi Jon Voight dizer que eu precisava fazê-lo”, afirma o cineasta.
No teaser divulgado pela American Zoetrope, produtora de Coppola, o personagem de Adam Driver caminha sobre o teto de uma construção luxuosa e observa os céus de sua cidade até que, prestes a cair, ele consegue parar o tempo com uma palavra de ordem, estalando o dedo para que tudo volte a funcionar. O tal personagem é Cesar Catilina, um arquiteto Prêmio Nobel, definido como cientista com poderes especiais cujo sonho é construir um mundo utópico.
Veja fotos do Festival de Cannes 2024
“Um filme deve nos inspirar e isso aconteceu aqui”, disse Esposito, o ator mais elogiado no filme. “Um artista deve correr riscos. A gente correu. Francis nos deixou livres, mas estava lá, com uma diretriz”.
O Festival de Cannes segue até o dia 25. Nesta sexta-feira (17) será exibido o badalado “Kinds of Kindness”, novo longa do diretor de “Pobres Criaturas”, o grego Yorgos Lanthimos.
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