Renata Andrade e Thais Pontes criaram seriado a partir de Oficina de Roteiro de Humor para Autores Negros e/ou Periféricos da Globo Thais Pontes e Renata Andrade, autoras de ‘Encantado’s’
Ana Alexandrino/Divulgação
O olhar aguçado diante de situações cotidianas de Renata Andrade e Thais Pontes, autoras da série “Encantado’s”, é o trunfo que faltava no humor para o público abraçar e se sentir abraçado num momento em que a sociedade reavalia o que, de fato, é engraçado. A obra, que acaba de ganhar segunda temporada no Globoplay, já recebeu um prêmio APCA por Melhor Série de Comédia em 2022.
> Assista à nova temporada de ‘Encantado’s’ no Globoplay
Renata e Thais possuem trajetórias de vida parecidas, são apaixonadas por novelas e teatro, com muitas afinidades e um vínculo de amizade que já ultrapassa os 25 anos. Formadas em Publicidade e Propaganda, Renata, nascida e criada em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio, e Thais, cria do Centro do Rio de Janeiro, atuaram nas suas áreas de formação até se encontrarem, em 2018, na Oficina de Roteiro de Humor para Autores Negros e/ou Periféricos da Globo. Um verdadeiro marco para elas.
“Encantado’s” foi apresentado por elas como trabalho de conclusão de curso. Era apenas a primeira porta que se abria até verem o projeto assinado em conjunto ser aprovado pela Globo:
“Àquela altura, éramos roteiristas iniciantes. Vimos nascer uma grande oportunidade que levaria à nossa realização e ao começo de um amadurecimento profissional.”
A série estreou no streaming, ganhou um alcance surpreendente e foi lançada na TV aberta, momento que solidificou a proposta das amigas em fazer rir.
“O segredo do sucesso é a identificação. ‘Encantado’s’ pega nesse lugar do espelho e do cotidiano. Uma boa comédia vem de um senso de observação apurado e da habilidade de manipular o amor, a raiva, a angústia e transformar todos esses sentimentos e ferramentas em algo identificável pela ótica do humor”, acredita Thais.
Ela acrescenta que a bagagem interna e o olhar atento das duas para o cotidiano foram a força motriz para criação de universos e personagens que se conectam com o telespectador. A série é, sobretudo, sobre relações.
“Trazemos questões importantes, temos o compromisso de explorar o humor entre aquelas pessoas, suas diferenças, loucuras e afinidades, mas é, antes de tudo, uma série sobre gente, independentemente da origem. Isso conecta, promove identificação, fideliza”, afirma Renata.
Renata e Thais são autoras de ‘Encantado’s’
Ana Alexandrino/Divulgação
Renata lembra, no entanto, que há uma atenção que faz parte do processo de criação no humor, como em qualquer outro gênero.
“Esse cuidado significa estar em sintonia com o nosso tempo, com o que é, legitimamente, pauta na sociedade. O humor também é político. É seu compromisso fazer rir, mas usando as ferramentas certas, sem atacar grupos costumeiramente alvos. Não há barato algum em tentar extrair graça da dor alheia”, acrescenta ela.
Thais concorda e avalia sobre a importante transformação que vem sendo sentida nesse segmento: “Confesso que eu fico bem preocupada quando vejo profissionais, principalmente do humor, apreensivos com esses ‘novos parâmetros’. Se alguém acha que o fato de não poder ofender o outro limita o processo criativo, essa pessoa está precisando repensar muitas coisas”, avalia ela. Renata afirma que o maior desafio é falar para cada um e para todo mundo ao mesmo tempo: “Embora a gente retrate um grupo bem específico, as suas questões, relações e dilemas são universais, por isso promovem identificação.”
No fim, “Encantado’s” sai na frente por falar de um Brasil real, e que flerta com a fantasia, aponta Thais:
“É sobre sonhos e relações. Claro que com as tintas fortes da comédia, mas aquelas pessoas existem. Eu sempre brinco que ou você é ou você conhece alguém do Encantado’s.”
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Ana Alexandrino/Divulgação
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> Assista à nova temporada de ‘Encantado’s’ no Globoplay
Renata e Thais possuem trajetórias de vida parecidas, são apaixonadas por novelas e teatro, com muitas afinidades e um vínculo de amizade que já ultrapassa os 25 anos. Formadas em Publicidade e Propaganda, Renata, nascida e criada em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio, e Thais, cria do Centro do Rio de Janeiro, atuaram nas suas áreas de formação até se encontrarem, em 2018, na Oficina de Roteiro de Humor para Autores Negros e/ou Periféricos da Globo. Um verdadeiro marco para elas.
“Encantado’s” foi apresentado por elas como trabalho de conclusão de curso. Era apenas a primeira porta que se abria até verem o projeto assinado em conjunto ser aprovado pela Globo:
“Àquela altura, éramos roteiristas iniciantes. Vimos nascer uma grande oportunidade que levaria à nossa realização e ao começo de um amadurecimento profissional.”
A série estreou no streaming, ganhou um alcance surpreendente e foi lançada na TV aberta, momento que solidificou a proposta das amigas em fazer rir.
“O segredo do sucesso é a identificação. ‘Encantado’s’ pega nesse lugar do espelho e do cotidiano. Uma boa comédia vem de um senso de observação apurado e da habilidade de manipular o amor, a raiva, a angústia e transformar todos esses sentimentos e ferramentas em algo identificável pela ótica do humor”, acredita Thais.
Ela acrescenta que a bagagem interna e o olhar atento das duas para o cotidiano foram a força motriz para criação de universos e personagens que se conectam com o telespectador. A série é, sobretudo, sobre relações.
“Trazemos questões importantes, temos o compromisso de explorar o humor entre aquelas pessoas, suas diferenças, loucuras e afinidades, mas é, antes de tudo, uma série sobre gente, independentemente da origem. Isso conecta, promove identificação, fideliza”, afirma Renata.
Renata e Thais são autoras de ‘Encantado’s’
Ana Alexandrino/Divulgação
Renata lembra, no entanto, que há uma atenção que faz parte do processo de criação no humor, como em qualquer outro gênero.
“Esse cuidado significa estar em sintonia com o nosso tempo, com o que é, legitimamente, pauta na sociedade. O humor também é político. É seu compromisso fazer rir, mas usando as ferramentas certas, sem atacar grupos costumeiramente alvos. Não há barato algum em tentar extrair graça da dor alheia”, acrescenta ela.
Thais concorda e avalia sobre a importante transformação que vem sendo sentida nesse segmento: “Confesso que eu fico bem preocupada quando vejo profissionais, principalmente do humor, apreensivos com esses ‘novos parâmetros’. Se alguém acha que o fato de não poder ofender o outro limita o processo criativo, essa pessoa está precisando repensar muitas coisas”, avalia ela. Renata afirma que o maior desafio é falar para cada um e para todo mundo ao mesmo tempo: “Embora a gente retrate um grupo bem específico, as suas questões, relações e dilemas são universais, por isso promovem identificação.”
No fim, “Encantado’s” sai na frente por falar de um Brasil real, e que flerta com a fantasia, aponta Thais:
“É sobre sonhos e relações. Claro que com as tintas fortes da comédia, mas aquelas pessoas existem. Eu sempre brinco que ou você é ou você conhece alguém do Encantado’s.”
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