Festival de Cannes: ‘Anora’ conquista a Palma de Ouro de 2024

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Diretor Sean Baker, vencedor da Palma de Ouro com ‘Anora’, posa com George Lucas
Reuters
Uma hilária produção independente americana, descrita como um “Cinderela” às avessas, ganhou a Palma de Ouro de Cannes em 2024: “Anora”, de Sean Baker. É a história de uma profissional do sexo, dançarina de um clube privê, que se casa com um jovem russo rico e é obrigada a entrar numa espiral de loucuras para desfazer o casamento.
A decisão foi deliberada por um júri presidido pela atriz e cineasta Greta Gerwig e formado pela roteirista e fotógrafa turca Ebru Ceylan; as também atrizes Lily Gladstone (EUA) e Eva Green (França); a diretora libanesa Nadine Labaki; o realizador espanhol Juan Antonio Bayona; o ator italiano Pierfrancisco Favino; o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda; e o astro francês Omar Sy. Eles decidiram dar o Grande Prêmio do Júri a um ensaio sobre solidariedade entre mulheres na Índia: “All We Imagine As Light”, de Payal Kapadia.
Já Prêmio Especial do Júri ficou com “The Seed of The Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof, que narra o processo de paranoia de um juiz, que se volta contra suas filhas e sua mulher. Seu diretor está condenado à prisão no Irã e conseguiu chegar à França clandestinamente.
Ao selecionar quem ganharia o láurea de Melhor Direção, o júri de Greta cravou o nome do português Miguel Gomes por “Grand Tour”, É um estudo sobre as sequelas do colonialismo.
O prêmio de melhor interpretação feminina foi no plural: coube ao coletivo de atrizes do musical “Emilia Pérez”, que recebeu ainda o Prêmio do Júri. No filme, um chefão de um cartel do tráfico passa por uma transição de gênero. “Essa vitória abre portas às pessoas trans”, disse Karla Sofía Gascón, a protagonista.
Já a láurea de melhor atuação masculina coroou Jesse Plemons, que vive três papéis em “Tipos de Gentileza”, de Yorgos Lanthimos.
Houve ainda um prêmio de melhor roteiro para “The Substance”, no qual Coraline Fargeat põe Demi Moore a viver uma estrela decadente que usa um exótico líquido para rejuvenescer. Pouco a pouco, seu corpo vai entrando numa transformação letal, num clima de terror.
Coube ao cineasta francês Nicolas Philibert presidir o júri do prêmio L’Oeil d’Or, a Palma dos .docs de Cannes. Ganharam, em empate, “Les Filles du Nil”, de Nada Riyadh e Ayman El Amir, e “Ernest Cole, Lost And Found”, de Raoul Peck. O primeiro, vindo do Egito, fala da formação de uma trupe teatral só de mulheres. O segundo é uma aula de decolonização que resgata imagens feitas por um fotógrafo sul-africano que registrou o Apartheid.
Premiação de Cannes em 2024
PALMA DE OURO: “Anora”, de Sean Baker
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: “All We Imagine As Light”, de Payal Kapadia
PRÊMIO DO JÚRI: “Emilia Perez”, de Jacques Audiard
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof
DIREÇÃO: Miguel Gomes, por “Grand Tour”
ROTEIRO: Coralie Fargeat, por “The Substance”
ATRIZ: Elenco feminino de “Emilia Perez”
ATOR: Jesse Plemons, por “Tipos de Gentileza”
CAMÉRA D’OR (melhor filme de estreante): “Armand”, de Halfdan Ullmann Tondel, com menção especial a “Mongrel”
PALMA DE CURTA-METRAGEM: “The Man Who Could Not Remain Silent”, de Nebojsa Slijepcevic (Croácia), com menção especial para “Bad For a Moment”
DOCUMENTÁRIO: “Les Filles du Nil”, de Nada Riyadh e Ayman El Amir, e “Ernest Cole, Lost And Found”, de Raoul Peck
QUEER PALM (Láurea queer): “Three Kilometers To The End Of The World”, de Emanuel Parvu
PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: “The Seed Of The Sacred Fig”
PRÊMIO DA CRÍTICA (FIPRESCI): “The Seed Of The Sacred Fig”
*Em atualização

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