Festival de Cannes começa nesta terça com brasileiro ‘Motel Destino’ na disputa pela Palma de Ouro

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Evento terá ainda retorno de Francis Ford Coppola e Greta Gerwig na presidência do júri 77ª edição do Festival de Cinema de Cannes começa nesta terça
REUTERS/Clodagh Kilcoyne
O Festival de Cannes inaugura nesta terça-feira (14) sua 77ª edição, com a promessa de ser a mais importante da história desde a pandemia, a julgar pelas atrações confirmadas. A aposta em uma comédia para a abertura – “Le deuxième acte”, de Quentin Dupieux – dá indício do clima pop da seleção de 2024, que vai mobilizar a Côte d’Azur, na França, até o dia 25.
Este ano, 22 longas concorrem à Palma de Ouro, entre eles o brasileiro “Motel Destino”, que marca a volta do cearense Karim Aïnouz à competição pelo segundo ano consecutivo. Ele esteve lá no ano passado com “Firebrand’, sua primeira ficção em língua inglesa, estrelada por Alicia Vikander e Jude Law.
‘Motel Destino’ representa o Brasil na corrida pela Palma de Ouro
Reprodução/Imdb
“É muito feliz poder viver a retomada de nossa cultura, de nosso cinema”, disse Karim ao gshow, quando o diretor artístico de Cannes, Thierry Frémaux, anunciou a competição deste ano.
Aïnouz fez sua estreia no evento há 22 anos, com “Madame Satã”. Voltaria outras vezes, com títulos em mostras paralelas e como jurado, sendo premiado em Cannes com o prêmio da mostra Un Certain Regard de 2019 por “A Vida Invisível”. Agora, ele chega com um elenco de jovens estrelas, acompanhados por Fábio Assunção, numa homenagem à tradição da pornochanchada.
Brasil disputa Palma de Ouro com Francis Ford Coppola
Cena de ‘Motel Destino’
Reprodução/Imdb
Selecionados por teste entre mais de 500 atores, a atriz Nataly Rocha e o ator Iago Xavier encaram as engrenagens do que Karim idealizou como um thriller erótico. “Motel Destino” se define como um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revolta são, não raramente, a saída possível.
É uma saga do encontro de um rapaz em fuga, totalmente vulnerável, com uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo.
Concorrem com “Motel Destino” filmes inéditos de nomes já consagrados no evento antes, como o italiano Paolo Sorrentino, a inglesa Andrea Arnold e o chinês Jia Zhangke. De todos os adversários de Karim, o que chega mais bombado é o veteraníssimo Francis Ford Coppola, que pode levar sua terceira Palma de Ouro da carreira com “Megalópolis”.
Nathalie Emmanuel e Adam Driver em ‘Megalópolis’
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Sob a direção do mestre que pilotou joias como “O Poderoso Chefão” (1972), Adam Driver vive Cesar, artista capaz de parar o tempo que se empenha no sonho de recriar Nova York como uma cidade perfeita depois de uma tragédia abalar suas estruturas. Mas o prefeito, vivido por Giancarlo Esposito, vai se opor ao projeto do rapaz. Coppola vem idealizando essa trama desde 1977.
Júri é comandado por Greta Gerwig
Greta Gerwig, presidente do júri do 77º Festival de Cinema de Cannes, e jurados Ebru Ceylan, Lily Gladstone, Eva Green, Nadine Labaki, Juan Antonio Bayona, Pierfrancesco Favino, Hirokazu Kore-eda, e Omar Sy posam para uma selfie em Cannes, França
REUTERS/Stephane Mahe
Quem vai avaliar “Megalópolis”, “Motel Destino” e os demais concorrentes, na presidência do júri é a atriz e diretora Greta Gerwig, responsável pelo fenômeno “Barbie”, que faturou US$ 1,4 bilhão em 2023. Ao lado dela, está um time de juradas e jurados formado pela roteirista e fotógrafa turco Ebru Ceylan; as atrizes Lily Gladstone (EUA) e Eva Green (França); a diretora libanesa Nadine Labaki; o realizador espanhol Juan Antonio Bayona; o ator italiano Pierfrancisco Favino; o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda; e o astro francês Omar Sy.
Na abertura, antes da projeção de “Le deuxième acte”, Cannes concede uma Palma de Ouro Honorária à atriz Meryl Streep. A homenagem será concedida ainda aos estúdios de animação Ghibli e ao criador do universo “Star Wars”, o cineasta George Lucas, mas só no encerramento da festa.
Este ano, além de Karim, o Brasil disputa a Palma também numa outra seara, a de curtas, com “Amarela”, de André Hayato Saito. Há um perfume de brasilidade com pigmentos de história de amor (mas com fragrâncias de exclusão) em “Baby”, de Marcelo Caetano, que concorre na Semana da Crítica.
Já na prestigiosa Quinzena de Cineastas, Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha refletem ideias do xamã Davi Kopenawa em “A Queda do Céu”. Na seção Clássicos, “Bye Bye Brasil” (1979), de Cacá Diegues, será exibido numa homenagem à produtora LC Barreto.
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