Meryl Streep conta detalhes de sua intimidade em palestra em Cannes: ‘Levo uma vida calma’

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Contemplada com a Palma de Ouro Honorária este ano, ela deu uma masterclass nesta quarta (15) Meryl Streep no Festival de Cannes
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Estrela com o maior número de indicações ao Oscar da História (nomeada 21 vezes e três vezes premiada), Mary Louise Meryl Streep levou o Festival de Cannes às lágrimas ao revirar o baú de feitos de sua carreia, iniciada em 1977. Homenageada desta edição ao ser contemplada com a Palma de Ouro Honorária, ela deu uma masterclass nesta quarta (15) e revelou detalhes de sua trajetória.
“Levo uma vida calma e não desfruto de muito respeito em casa. Tenho quatro filhos e cinco netos. Você imagina que eu não tenho muito tempo para sentar e ver filmes.”
“Mas, no fim de cada ano, entre o Dia de Ação de Graças e o dia 1º de janeiro, eu preciso ver tudo o que disputa uma vaga no Oscar e são, em geral, os filmes mais sérios do ano”, disse a diva a Cannes, após elogiar o longa de abertura do festival: “O Segundo Ato”, de Quentin Dupieux.
“Fui dormir às 3h da manhã falando desse espetacular longa. Cada filme é feito do momento histórico a que pertence. Até os filmes estúpidos têm o seu tempo, pois eles nos dão algo de leve.”
Meryl Streep no Festival de Cannes
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Em sua palestra, Meryl relembrou detalhes do drama “Kramer vs. Kramer” (1979), que lhe rendeu seu primeiro Oscar. “É um filme sobre uma separação feito em um momento onde o feminismo estava numa onda forte”, lembrou a atriz, que se comoveu ao ver um clipe com imagens de sua trajetória.
“É como se eu estivesse em um trem-bala, vendo a minha vida passar pela janela, com a minha juventude se descortinando diante de mim. Fico feliz de que a plateia não enjoou da minha cara.”
Repassando sucessos como “Mamma Mia” (2008), Meryl admitiu que adora cantar e que sua professora mais marcante na escola de arte dramática era a instrutora de música. Mas afirmou que nem o poder de uma canção alivia o estresse de um papel pesado.
“Quando estudei, demitiam cada um dos professores que eram contratados para nos guiar. Aprendi no que pude. Mas na forma de se abrir a um papel, de se desmantelar, você se põe cru e, na repetição, encontra o que fazer”, disse Meryl.
Em Cannes, ela também foi premiada por melhor atuação em 1988, por “Um Grito No Escuro”.
“Naquele ano, ao chegar, disseram que eu iria precisar de nove seguranças. Eu estranhei, sobretudo por nunca ter tido segurança para me proteger de nada. Levo uma vida mansa. Mas ao pisar em Cannes, sem o sistema de proteção que existe hoje, todo mundo na cidade avançava. No fim, os seguranças foram necessários mesmo”, lembrou.
O Festival de Cannes segue até o dia 25, com 22 filmes em concurso, entre eles “Motel Destino”, do cearense Karim Aïnoiz. Na quinta será exibido o mais esperado dos concorrentes: “Megalópolis”, de Francis Ford Coppola. O júri é presidido por Greta Gerwig, a diretora do fenômeno “Barbie”.
Meryl Streep no Festival de Cannes
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