No Rancho Fundo: cidade cenográfica da novela mostra um sertão colorido

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Cenografia e produção de arte da nova novela das 6 retrata característica arquitetônica bastante comum no interior dessas regiões e em cidades históricas do Brasil
Cidade cenográfica de No Rancho Fundo mostra um sertão colorido
Globo
Para a construção da cenografia de ‘No Rancho Fundo’, a equipe liderada pela cenógrafa Anne Bourgeois reuniu referências de viagens a cidades do Norte e Nordeste. Com isso, desponta na novela um sertão de casas coloridas e singelamente emolduradas pelas platibandas, característica arquitetônica bastante comum no interior dessas regiões e em cidades históricas do Brasil. E isso permeia os dois universos, tanto Lasca Fogo, quanto Lapão da Beirada, fazendo com que a cenografia em si carregue uma dose de realismo fantástico. “Temos uma fábula, então existe a liberdade para construir esse lugar que não existe, mas que, ao mesmo tempo, carrega essa estética tão comovente que há no coração do nosso país”, explica Anne.

Construído nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, o distrito de Lasca Fogo foi o ponto de partida do projeto cenográfico da novela. A casa que abriga os Leonel Limoeiro, motivo de orgulho dessa família, é inspirada em residências coloridas de Pernambuco e está em uma área de cerca de 3,5 mil metros quadrados, por onde também estão a vegetação típica e circulam os animais da família. O produtor de arte Guga Feijó explica que a casa dos Leonel Limoeiro foi conceituada a partir de dois aspectos: simplicidade e encantamento.

A pedra que vai mudar a vida de Zefa Leonel (Andrea Beltrão) e de sua família foi construída pela produção de arte inspirada na própria turmalina paraíba, mas com um tamanho maior e com elementos que a deixassem mais rústica. Outra curiosidade está na reprodução de uma balsa de dragagem, usada em garimpos de fundo de rio, numa proporção menor e com características mambembes, que será utilizada em cenas de flashback de Zefa Leonel, quando ela realizava esse tipo de atividade três décadas atrás.

Ocupando 6,7 mil metros quadrados de área nos Estúdios Globo, está a cidade cenográfica de Lapão da Beirada, com sua “arquitetura inacreditável”, na definição entusiasmada de Anne. Maior símbolo da face cosmopolita da cidade, o Grande Hotel São Petersburgo conta com referências europeias e um misto de estilos: tem lobby, bar, porta giratória, jardim externo e uma decoração interior marcante. Para Guga Feijó, trata-se de um hotel boutique, marcado pelo requinte, e que reforça essa atmosfera fantástica da história. O hotel está na agitada rua Vileganhon, que é inspirada em cidades históricas tombadas, onde se pode visitar lojas sofisticadas em prédios antigos. A cidade de Paraty, por exemplo, é uma dessas referências. Na Vileganhon, construções com pintura caiada, placas luminosas e cores fortes “enfeitiçam” seus consumidores.

Outro lugar importante de Lapão da Beirada é o Cabaré Voltagem. Guga explica que, conceitualmente, o cabaré é um teatro antigo, com um palco onde ocorrem as apresentações, e que tem um ar de um espaço que já foi sofisticado um dia. Elementos da cidade prometem despertar a memória afetiva do público, que é convidado a mergulhar nesse sertão mágico de ‘No Rancho Fundo’. Além das casas bem familiares, Lapão da Beirada terá uma praça com coreto, fazendo dos Estúdios Globo um pedaço do interior do Brasil.

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