O Jogo Que Mudou a História: nova série do Globoplay conta com egressos do sistema penal no elenco; conheça

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Entre os atores da nova produção Original Globoplay estão alguns ex-presidiários que tiveram a chance de apostar na carreira artística Atores egressos do sistema penal falam sobre participar de ‘O Jogo que Mudou a História’
“Ninguém tirou mais pessoas do tráfico do que eu”. Está é uma frase que José Junior, fundador do grupo Afroreggae e criador da série O Jogo Que Mudou a História, se orgulha em dizer. Em seu trabalho como agitador cultural, ele aproveita para dar a muitas pessoas a oportunidade de transformar suas vidas – e na nova produção Original Globoplay, que tem estreia marcada para esta quinta (13), não seria diferente. Além de moradores de diversas comunidades, o elenco da trama conta ainda com egressos do sistema penal.
“Hoje vejo o José Junior como um Spike Lee brasileiro, o que ele está fazendo é extraordinário demais. Você pega os dados de nossas séries e fica de boca aberta: 71% do elenco são negros. A grande maioria das nossas séries são filmadas em favelas e o Junior faz questão de trabalhar com os próprios moradores, levando a eles uma renda extra”, exalta Diego Raymond, ex-traficante que atua em O Jogo Que Mudou a História.
Assim como ele, outros egressos do sistema penal também estão no elenco da série. Veja quem são e conheça seus personagens:
Diego Raymond – Zé Perverso
Zé Perverso (Diego Raymond), em O Jogo Que Mudou a História
Bernardo Jardim
Antes traficante conhecido no Rio de Janeiro como Mister M, Diego agora pode dizer com orgulho que trabalha como modelo e ator. “Quando deixei a prisão, fui direto para o Afroreggae. Chegando lá, comecei a trabalhar como assistente de câmera, a gente fazia o Conexões Urbanas, do Multishow. Depois fiz um curso de edição de vídeo, fui trabalhar na área de esportes e trabalhei como modelo”, conta.
Na série, ele interpreta Zé Perverso, chefe do tráfico a fictícia favela de Padre Nosso. Apesar de temido pelos moradores, o criminoso respeita a liderança de Amarildo (Pedro Wagner), que é o líder comunitário local, e não intervém nas ações coletivas. “Como meu personagem é o Zé Perverso, tem que ser aquele cara mal. Mas a gente vai trocar, vamos dar uma sacudida na mente de quem vai assistir à série. Estamos fazendo isso com muito amor, vai bombar”, conta ele.
Patrick Bruno – Rui do Boi
Rui do Boi (Patrick Bruno), em O Jogo Que Mudou a História
César Diógenes
Mais um egresso do sistema penal que está no elenco da série, Patrick Bruno dá vida a Rui do Boi, o líder da Associação de Moradores da fictícia comunidade Parada Geral. Menos engajado politicamente que Amarildo, ele não vê problemas na participação dos criminosos na rotina da favela, e tampouco se opõe à venda de drogas.
Patrick celebra a oportunidade e vê semelhanças entre o papel na trama e a vida que leva atualmente: “Acho que o Junior escolheu o personagem certo: na vida real, o Patrick Bruno é o presidente de associação de morados da Vila Vintém, e o meu personagem fictício é presidente de Parada Geral. Então, estou incorporando uma realidade que já faz parte do meu cotidiano”, diz.
“Esse projeto caiu na minha vida como algo muito satisfatório. Até porque, quando você começa a engajar nessa área de trabalho, em projetos que o Afroreggae está nos dando oportunidade, melhora a vida como pessoa, como ser humano, como pai, como amigo. Me dá uma perspectiva muito grande, mesmo sabendo que é um processo para chegar até aqui”, completa.
Gilson da Maia – Claudinho da Prata
Claudinho da Prata (Gilson da Maia), em O Jogo Que Mudou a História
Cesar Diogenes
Na pele de Claudinho da Prata, chefe do tráfico da fictícia Parada Geral na série, Gilson da Maia vive sua segunda experiência como ator, já que antes ele também participou de outra produção do Afroreggae, a série Arcanjo Renegado.
Ele destaca, no entanto, a diferença entre os dois papéis: “Meu personagem é o líder do tráfico e ele faz cada coisa que vai ser surpreendente, que está sendo até para mim. Vai ser totalmente diferente do que vivi em Arcanjo Renegado com o Mata Rindo. A preparação foi muito necessária para a gente realmente saber fazer essa divisão”.
Na trama, ausente e sem vínculos afetivos, Claudinho da Prata tem um relacionamento mal resolvido com Valéria (Ana Isabela Godinho), mãe de seu filho Renatinho (Fabricio Assis). Aliado de Rui do Boi, tem o olhar de melhoria para a comunidade através do dinheiro do crime.
“Minha expectativa referente ao projeto é das melhores, porque a gente vê o tom em que está sendo feito. Quem vivenciou isso, vê que é uma coisa realmente muito real. O José Junior sempre acerta em cheio nessas questões, socialmente falando, então conseguimos trabalhar em harmonia, cada um entendendo seu verdadeiro lugar. Quando a gente faz com amor e se entrega de verdade, só tende a chegar a lugares maravilhosos”, diz.
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