‘Papo de Segunda’ discute Projeto de Lei 1904 e apresentadores se posicionam

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Programa desta segunda (17) recebeu a deputada federal Erika Hilton Erika Hilton comenta a PL1904
O programa “Papo de Segunda” desta segunda (17) contou com a participação especial da deputada federal Erika Hilton, que discutiu o Projeto de Lei 1904. O projeto, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio (mesmo em casos de estupro), teve sua urgência de votação aprovada pela Câmara dos Deputados na quinta-feira passada (13).
Para saber mais sobre o Projeto de Lei 1904 e seu impacto potencial, acesse a matéria completa no g1.
Erika Hilton, reconhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos e das minorias, expressou sua preocupação com o avanço do PL 1904. Ela destacou os riscos que a aprovação dessa lei pode trazer para a saúde e os direitos reprodutivos das mulheres. Segundo a deputada, a vítima acaba sendo mais penalizada do que quem cometeu algo tão hediondo como um estupro.
O Papo de Segunda desta segunda (17) recebeu a deputada federal Erika Hilton
Reprodução
“Isso é um retrocesso absurdo de uma legislação. Desde 1940 nós temos o direito ao aborto legal assegurado. É importante dizer que essa não é uma discussão sobre legalização do aborto. Sobre se aborto deve ser legalizado, se aborto não deve ser legalizado, porque há uma confusão na sociedade sobre isso.”
“E o mais curioso, triste, absurdo, não sei como definir, no dia seguinte à aprovação do regime de urgência desse projeto, nós acordamos com a notícia de que uma menina de 17 anos, que era vítima de estupro do próprio pai, de abuso sexual do próprio pai enquanto estava internada em uma UTI”, refere-se Erika a uma reportagem exibida no Profissão Repórter.
‘Papo de Segunda’ discute Projeto de Lei 1904 e apresentadores se posicionam
Reprodução/GNT
“O Congresso Nacional deveria estar pensando em políticas públicas para diminuir a violência contra crianças e adolescentes e não para criminalizar vítimas”, destaca a deputada.
Durante o debate, os apresentadores do “Papo de Segunda” – Chico Bosco, João Vicente, Russo Passapusso e Eduardo Sterblitch – manifestaram-se contra o projeto de lei.
“Fico pensando no silêncio que está na casa dessas pessoas, dessas famílias, porque muitas campanhas falam sobre a denúncia. E quando esse assunto surge, simplesmente pelo surgimento do assunto, isso implica nessas crianças não falarem, nessas mulheres se calarem, porque podem ter uma pena maior do que o próprio agressor”, pondera Russo.
Russo Passapusso fala sobre os possíveis efeitos que a discussão da PL1904 pode gerar
Eduardo Sterblitch desabafou e disse que se sente envergonhado:
“Parece que estou na Idade Média. As pessoas ficam tentando fazer lei contra uma coisa muito óbvia. Eu me sinto muito envergonhado e me sinto sem fé”.
Eduardo Sterblitch debate Projeto de Lei: ‘Me sinto envergonhado’
João Vicente reforça o que chama de hipocrisia daqueles que se dizem “pró-vida”: “As pessoas falam muito ‘ah, porque são vidas’ e está ali do lado uma criança de 10 anos grávida e você não tá olhando para essa vida? É quase uma comédia.”
“Normalmente, na conversa sobre aborto, os conservadores alegam que a maioria da sociedade brasileira é contra a descriminalização do aborto. Isso é verdade, a maior parte da população brasileira é contra o aborto, por isso nós temos uma legislação conservadora. Entretanto, esse passo é de uma ordem completamente diferente, é de outra natureza e não tem respaldo da maioria da população brasileira em nenhum grupo social”, diz Chico Bosco, trazendo mais um dado.
“O que as pesquisas mostram é que cerca de 60% da população brasileira repudia isso em todos os grupos sociais, inclusive entre os cristãos”, destaca.
‘Papo de Segunda’ discute Projeto de Lei 1904 e apresentadores se posicionam
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