Prestes a fazer 70 anos, Rita Cadillac fatura com conteúdos adultos: ‘Eu me sinto gostosa’

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Ao gshow, ex-chacrete diz que vende fotos sensuais para empoderar mulheres Rita Cadillac posa de lingerie
Reprodução/Instagram
Rita Cadillac ensinou na década de 1980 o que é “bom para o moral” e atualmente mostra como unir o corpo e a autoestima. Prestes a completar 70 anos, a eterna chacrete fatura vendendo conteúdos sensuais em plataformas adultas e se vê mais gostosa e ativa do que quando fazia sucesso como dançarina de Chacrinha (1917-1988) na TV.
A musa conversou com o gshow enquanto arrumava a bagagem para uma temporada nos Estados Unidos, onde irá atuar na gravação de um clipe e realizar outros trabalhos. A agenda também costuma ser cheia no Brasil. Nada mal para quem viveu os altos e baixos da fama nas últimas quatro décadas.
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“Acho que estou com muito mais pique do que antes. Continuo com a mesma dificuldade de sono, durmo tarde e acordo cedo. A única mudança é que agora faço academia de manhã…”, disse Rita até ser interrompida pelo cachorro Pietro, de 5 anos, já com saudade da tutora. A paixão pelos animais, inclusive, a aproximou de uma xará querida, Rita Lee, que morreu em maio de 2023.
“Ela sempre está nas minhas orações, em primeiro lugar, e está sempre comigo, porque tenho uma pantufa que ela deu. Sempre falo com as crianças… ‘crianças’ é ótimo, sempre mando mensagem para os filhos, falo com o Guilherme Samora [biógrafo da cantora]. Quando você gosta, a pessoa pode ter partido, mas não parte do seu coração e das suas lembranças, está sempre presente”, reflete.
Rita Cadillac com Rita Lee e o biógrafo da Rainha do Rock, Guilherme Samora
Instagram
“Poso de lingerie para empoderar mulheres”
E os ensaios sensuais, Cadillac? Vão muito bem. A artista não revela valores, mas somados a outros compromissos profissionais tem lucrado mais do que no primeiro boom de sua carreira, como chacrete e cantora. A trajetória ainda inclui apresentações históricas a presidiários (transformando Rita em “madrinha do Carandiru”), uma passagem pela indústria pornô e participação em reality show.
“Comecei [a posar] na pandemia, porque, como todo mundo, não estava mais trabalhando. A vida inteira fiz fotos, posei para todas as revistas masculinas. Na plataforma, faço uma revista masculina para mim em um lugar diferente todo mês. Na fazenda, na praia… não tenho do que reclamar. Hoje, junto com shows e presenças VIP, acabo tendo uma renda um pouco maior”, contabiliza.
Além das cantadas masculinas, Rita Cadillac atinge um público-alvo aparentemente estranho, mas fundamental para ela: as mulheres. Os ensaios nas plataformas adultas, em que a artista expõe marcas e sinais do corpo, têm empoderado quem não se sente bonita por não ter a beleza considerada “padrão”.
“Recebo mensagens de homens, claro, me chamando de ‘linda’, que legal, maravilha, mas quando recebo de mulheres dizendo que se espelham em mim é muito bom. Está valendo a pena fazer as fotos para mostrar que elas podem. Toda mulher tem uma Rita Cadillac dentro de si. Toda mulher tem uma Leila Diniz [ícone de liberdade feminina, 1945-1972], que foi da minha geração. A liberdade dela, o empoderamento dela eu peguei para mim. Que as mulheres liberem a Leila Diniz, a Rita Cadillac ou a Anitta dentro de si. Algumas escondem porque têm vergonha, acham feio. Outras pensam: ‘Eu faço porque me acho assim'”, analisa.
“Eu faço ensaios muito mais para as mulheres, porque posso mostrar a elas que não precisam ter 20, 30 anos e podem ter o mesmo charme, a mesma sensualidade. Uma mulher de 70 pode usar a mesma lingerie de uma menina de 20. Não muda. O que muda é a nossa cabeça. Quando faço as fotos para as plataformas, tento mostrar a elas que a sensualidade existe em qualquer corpo, basta mostrá-la”, explica Rita Cadillac.
Rita Cadillac possui perfil em plataforma de conteúdo adulto
Reprodução/Instagram
“Continuamos caretas”
Leila Diniz, citada por Rita Cadillac, tornou-se um símbolo para a libertação feminina em anos de chumbo e opressão moral. Os pensamentos retrógrados ecoados na ditadura militar surgiram muitos séculos antes e seguem ressoando na atualidade. Rita Cadillac, que passou de símbolo sexual a voz de liberdade, usa seu corpo e suas ideias para combater os ataques machistas e etaristas.
“A gente continua careta, é triste. Melhoramos muito. Graças a Deus, já podemos falar ‘quero isso’, ‘quero aquilo’, mas nós podemos crescer muito mais, em questão de paridade de salários, em questão de ter mente aberta para brigar, não fisicamente, mas lutar pelo que acredita. Sempre falam da idade da pessoa: ‘Mulher de 70 anos fazendo foto de lingerie não é feio?’. Eu respondo: ‘Não é feio. Feio é se eu tivesse 15 anos com a sua cabeça, em que tudo é proibido'”, diz ela.
Batizada com nome de santa (Rita de Cássia), Rita Cadillac pede aos céus mais força e saúde para chegar aos 70 anos em constante evolução. A ex-chacrete não admite ficar parada e quer movimentar mais mulheres rumo à valorização do corpo real e da autoestima.
“Sempre peço força e saúde para ir atrás, porque com essas duas coisas eu consigo tudo o que quero. Vou atrás, luto, me mostro e não tenho vergonha de ter 70 anos e posar de biquíni, de estar em plataforma adulta. Teria vergonha se tivesse 70, mas a cabeça de 15. Lido muito bem com o meu corpo. Quando vou à academia, brinco dizendo ‘projeto anos 70’ [risos]. Na minha época, aos 40 você já devia estar sentada fazendo tricô. Hoje, nem mulheres de 70 estão assim. Eu me sinto bonita, me sinto gostosa, me sinto nova, rejuvenescida, tenho uma cabeça boa, isso que interessa.”
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