Quais os tipos de orgasmo feminino?

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Clitoriano, Vaginal, Múltiplo, Cervical… Sexólogas Giovanna Fornasari e Cátia Damasceno descrevem sensações e explicam como identificar cada tipo de prazer pelo corpo Quais os tipos de orgasmo feminino?
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O orgasmo é uma resposta natural do nosso corpo aos momentos de prazer, mas que, ainda assim, é tratado como tabu, principalmente quando falamos de prazer feminino. Para Gabriela Loran, no ar em Renascer, o orgasmo tem sido um ponto essencial para seu renascimento. Dois meses após passar por sua cirurgia de redesignação sexual, ela celebra a descoberta de um novo mundo de prazeres.
“Tive meu primeiro orgasmo clitoriano usando um vibrador do tipo bullet e foi maravilhoso. Descobri uma nova parte de mim, vi que deu tudo certo”.
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Para a maioria das mulheres, no entanto, atingir o orgasmo nem sempre é algo fácil. Uma pesquisa feita em março de 2023 pela agência Hibou, especializada em monitoramento de mercado e consumo, apontou que:
a cada 10 mulheres, 3 não estão satisfeitas com a vida sexual;
42% das entrevistas afirmam ter dificuldade de atingir um orgasmo;
79% afirmam já ter fingido um orgasmo.
Mas, afinal, o que é um orgasmo? Como ele acontece?
O orgasmo é uma das fases da resposta sexual, em que há intenso prazer físico mediado pelo sistema nervoso autônomo, com contrações rápidas e involuntárias da musculatura do assoalho pélvico, seguidas de um período refratário de relaxamento, define a sexóloga Giovanna Fornasari.
“Existe um estímulo que vai para o cérebro e o cérebro manda uma mensagem. Que mensagem? Primeiro, uma resposta de liberação de adrenalina, pode ser respiração ofegante, contração muscular. Essa contração acontece, inclusive, na região genital”, esclarece a sexóloga Cátia Damasceno.
“Segundo, vem uma liberação de endorfina, que é a hora que traz o relaxamento, a bradicardia, a respiração volta a ficar mais tranquila e traz uma sensação muito boa de bem-estar. Isso é orgasmo e como ele acontece”, completa Cátia.
Como reconhecer um orgasmo?
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Giovanna enumera algumas das sensações que seu corpo pode experimentar durante um orgasmo:
Os mamilos enrijecem e ficam mais sensíveis;
A respiração fica mais ofegante;
Os batimentos cardíacos ficam mais acelerados;
A vulva fica inchada e mais rosada;
A vagina e ânus se contraem involuntariamente;
A temperatura corporal aumenta;
A lubrificação vaginal fica mais intensa;
Ocorrem espasmos involuntários no corpo;
A pupila dilata;
O clítoris fica mais durinho e sensível.
Segundo a sexóloga, não é incomum que mulheres tenham dúvidas se “chegaram lá”: “Como o orgasmo é um misto de sensações, ele pode ser difícil de ser definido.”
Para saber se o que você sentiu é um orgasmo, é simples, segundo Cátia: “Você vai sentir uma sensação gostosa, seguida de coração batendo muito rápido, a respiração ficando mais ofegante. Você vai ter uma contração muscular e logo depois um relaxamento total, uma sensação de bem-estar.”
Segundo ela, cada pessoa reage de um jeito diferente durante um orgasmo: “Tem gente que grita, tem gente que não grita. Tem gente que sua, tem gente que não sua. Tem gente que pega o primeiro objeto que tem e começa a se contrair todinha. Tem gente que treme as pernas…”
“Se você não sentiu nenhuma dessas sensações ainda na sua vida, pode ser que esteja lhe faltando permissão para o orgasmo chegar. Muitas mulheres têm medo de gozar. Quanto mais autoritária a mulher, mais dificuldade ela tem de chegar ao orgasmo, porque ela tem medo de perder o controle na hora do orgasmo. Então, por serem muito controladoras, não se permitem o orgasmo. É interessante falar sobre isso.”
Existem diferentes tipos de orgasmo?
Quais os tipos de orgasmo feminino?
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“Sim, existem diversos tipos”, explica Cátia. “Tem o orgasmo vaginal, clitoriano, anal, mamário. Até orgasmos por vias auditivas, como o ASMR, que pode trazer orgasmos para a pessoa. Orgasmos através de leitura, juntamente com estímulo…”
Giovanna Fornasari explica detalhadamente 12 deles:
Orgasmo Clitoriano: este é um dos mais conhecidos tipos de orgasmo. Pessoas com vulva e que têm clitóris – cuja única função é dar prazer.
Orgasmo Vaginal: o orgasmo vaginal, também conhecido como Orgasmo do ‘Ponto G’, acontece quando há o estímulo do clítoris dentro do canal vaginal – nosso clitóris tem 4 “perninhas” internas que não vemos, a junção dessas “perninhas” são conhecidas como ponto G.
Orgasmo Combinado: é quando uma pessoa chega ao clímax do prazer com estímulos em zonas erógenas diferentes. Estímulos simultâneos no clitóris e no mamilo, por exemplo, podem resultar em um orgasmo combinado.
Orgasmos Múltiplos: ao contrário do anterior, é quando estímulos diferentes originam um mesmo orgasmo, esse é mais ‘potente’, já que podem ocorrer vários orgasmos seguidos.
Orgasmo Anal: esse pode ser alcançado inclusive por quem não tem vulva. A melhor forma de conseguir é indo além da penetração, já que os demais estímulos na região potencializam o prazer.
Orgasmo em Sonhos: quem nunca teve sonhos eróticos? Pois é. É possível conseguir orgasmos sem estímulos físicos. Nesse caso, todo estímulo fica por conta do nosso cérebro – o maior órgão sexual.
Orgasmo Cervical: acontece no cérvix, região do colo do útero. Geralmente, é resultado de uma penetração mais profunda, com ângulos específicos que variam de corpo para corpo. Ter conhecimento do seu próprio corpo e estar com um parceiro ou parceira disposto(a) a proporcionar muito prazer é a chave para alcançar esse tipo de orgasmo.
Orgasmo do Ponto U (U de uretra): ele não deve ser penetrado, mas massagens com a língua ou os dedos podem revelar uma nova fonte de prazer.
Orgasmo do Ponto A: esse é um ponto difícil de ser ‘acessado’ porque fica no interior na vagina e não se trata de uma parte específica do corpo. Fica na parte frontal da vagina (em direção ao umbigo) e um estímulo nessa região pode proporcionar orgasmos mais intensos do que no ponto G, por exemplo.
Orgasmo dos Mamilos: sim, é possível ter um orgasmo com estímulos nos mamilos. Já existem relatos de pesquisadores de que o estímulo nessa região ativa uma área do cérebro conhecida como córtex sensitivo genital – a mesma área ativada quando há estímulo da região genital, por exemplo.
Orgasmo nos Esportes: há relatos de mulheres que ‘chegaram lá’ fazendo abdominais ou levantando pesos, por exemplo.
Resposta Sexual Expandida (ESR): esse pode ser considerado o “suprassumo” dos orgasmos. A comunidade científica ainda não conseguiu explicar exatamente esse ‘fenômeno’, mas acredita-se que ele esteja relacionado a ativação simultânea de quatro nervos diferentes. Isso proporciona orgasmos múltiplos, mas mais intensos e duradouros – uma experiência ‘fora do corpo’.
Qual a importância do orgasmo para uma vida sexual saudável?
Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse, explica Giovanna. Além disso, ele aumenta a circulação sanguínea e a oxigenação, o que pode melhorar a saúde cardiovascular.
“Estudos também mostram que o orgasmo pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, reduzir a ansiedade e até mesmo fortalecer o sistema imunológico”.
Quando temos um orgasmo, ficamos plenos de substâncias “do bem”, ressalta Cátia Damasceno:
“Tem a liberação de hormônios de adrenalina, de endorfina, de serotonina, ocitocina… Tudo isso ajuda a combater sentimentos de tristeza, ansiedades e angústias”.
“Uma boa dose de orgasmo faz bem até mesmo para a nossa saúde mental. E faz com que a gente tenha uma fisiologia mais saudável, porque quando temos orgasmos, temos uma contração muscular genital e essa contração é excelente para fortalecer ali a nossa musculatura pélvica”, completa a sexóloga.
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