Ator, que interpreta o carcereiro Jesus Pedra na produção Original Globoplay, comenta complexidade do personagem e dá detalhes dos bastidores Raphael Logam comenta trabalho na série O Jogo Que Mudou a História
Globo/Reginaldo Teixeira; Cesar Diogenes
O Jogo Que Mudou a História, nova série Original Globoplay, volta ao final dos anos 1970 para narrar, inspirada em fatos reais, o surgimento das facções criminosas do Rio de Janeiro. As primeiras cenas da produção acompanham a chegada de dois novatos ao Presídio de Ilha Grande: Egídio (Ravel Andrade), um jovem sem histórico criminal ou de militância política que é preso depois de atropelar a filha de um general; e Jesus Pedra, um novo carcereiro que nem imagina o que lhe aguarda na ilha – este último, papel de Raphael Logam. Ao gshow, o ator conta detalhes do personagem e da experiência nas gravações.
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Confira teaser da série O Jogo que Mudou a História
“O Jesus Pedra é um moleque jovem que começa a história muito inocente, achando que conseguiu um bico para pagar a faculdade. Ele não sabe para onde está indo e, quando chega lá, se vê num inferno. Tanto o Jesus Pedra quanto o Raphael Logam, porque realmente é isso.”
O “inferno” citado pelo ator faz referência ao fato de ter gravado a maioria de suas cenas dentro de presídios reais – o Frei Caneca, no centro do Rio, que já está desativado, e Bangu I, na Zona Oeste da cidade. “Ficamos quatro meses fazendo a série e, como fiz um carcereiro, era o tempo inteiro dentro do presídio. A gente via marcas de sangue, sentia a energia nas celas. De passar na cela, encostar na grade e sentir que tinha muita gente ali, sabe?”, conta.
Raphael Logam como Jesus Pedra, em O Jogo Que Mudou a História
Cesar Diogenes
“Quando grava em um local real, você sente a energia o tempo inteiro, é tudo uma grande preparação: a partir do segundo dia, você se prepara para ir, se prepara para ficar e reza para sair dali.”
Apesar da energia densa que experimentou no set, Logam garante que o fato de estar ali tornava sua atuação ainda mais visceral. “Foi o maior desafio, mas eu amo trabalhar assim, mergulhar mesmo. Quero deixar esse vulcão aqui dentro de mim bem erupçado para conseguir externar no olhar, com peso. Para isso, a gente precisa desses lugares. Foi brabo, foi difícil, foi pesado, mas foi muito gostoso. Não vejo a hora da segurança temporada”.
A complexidade do personagem
Em O Jogo que Mudou a História, Raphael Logam é Jesus Pedra, novo carcereiro de Ilha Grande
Globo/César Diógenes
Se Jesus Pedra chega ao Presídio de Ilha Grande como um jovem inocente, ao longo dos episódios a violência do local vai o transformando em um homem duro. Logam comenta essa evolução do personagem e traça um paralelo com a trama de Egídio, interpretado por Ravel Andrade: “O personagem do Ravel é tomado por isso, ele precisa matar para sobreviver. Com o Jesus Pedra é a mesma coisa: ele precisa bater, virar agressivo para sobreviver ali dentro, senão é engolido”, diz.
O ator celebra a oportunidade de interpretar um papel com tamanha complexidade. “O Jesus é um cara bonzinho que, do nada, se vê um monstro. Porque tem que ser, e ele sofre com isso. Isso é muito bom para nós, atores pretos, que não tínhamos oportunidade de fazer nada com curva dramática, de começar num ponto e chegar a outro”.
“Quando você tem uma curva dramática em que consegue mergulhar, é ótimo. O José Junior tem essa vivência entre o morro e o asfalto, ele conhece muito os dois. Sinto muita verdade no que ele escreve.”
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Globo/Reginaldo Teixeira; Cesar Diogenes
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“O Jesus Pedra é um moleque jovem que começa a história muito inocente, achando que conseguiu um bico para pagar a faculdade. Ele não sabe para onde está indo e, quando chega lá, se vê num inferno. Tanto o Jesus Pedra quanto o Raphael Logam, porque realmente é isso.”
O “inferno” citado pelo ator faz referência ao fato de ter gravado a maioria de suas cenas dentro de presídios reais – o Frei Caneca, no centro do Rio, que já está desativado, e Bangu I, na Zona Oeste da cidade. “Ficamos quatro meses fazendo a série e, como fiz um carcereiro, era o tempo inteiro dentro do presídio. A gente via marcas de sangue, sentia a energia nas celas. De passar na cela, encostar na grade e sentir que tinha muita gente ali, sabe?”, conta.
Raphael Logam como Jesus Pedra, em O Jogo Que Mudou a História
Cesar Diogenes
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Apesar da energia densa que experimentou no set, Logam garante que o fato de estar ali tornava sua atuação ainda mais visceral. “Foi o maior desafio, mas eu amo trabalhar assim, mergulhar mesmo. Quero deixar esse vulcão aqui dentro de mim bem erupçado para conseguir externar no olhar, com peso. Para isso, a gente precisa desses lugares. Foi brabo, foi difícil, foi pesado, mas foi muito gostoso. Não vejo a hora da segurança temporada”.
A complexidade do personagem
Em O Jogo que Mudou a História, Raphael Logam é Jesus Pedra, novo carcereiro de Ilha Grande
Globo/César Diógenes
Se Jesus Pedra chega ao Presídio de Ilha Grande como um jovem inocente, ao longo dos episódios a violência do local vai o transformando em um homem duro. Logam comenta essa evolução do personagem e traça um paralelo com a trama de Egídio, interpretado por Ravel Andrade: “O personagem do Ravel é tomado por isso, ele precisa matar para sobreviver. Com o Jesus Pedra é a mesma coisa: ele precisa bater, virar agressivo para sobreviver ali dentro, senão é engolido”, diz.
O ator celebra a oportunidade de interpretar um papel com tamanha complexidade. “O Jesus é um cara bonzinho que, do nada, se vê um monstro. Porque tem que ser, e ele sofre com isso. Isso é muito bom para nós, atores pretos, que não tínhamos oportunidade de fazer nada com curva dramática, de começar num ponto e chegar a outro”.
“Quando você tem uma curva dramática em que consegue mergulhar, é ótimo. O José Junior tem essa vivência entre o morro e o asfalto, ele conhece muito os dois. Sinto muita verdade no que ele escreve.”
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