Renascer: Juliana Paes fala dos desafios de criar dois filhos feministas

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No Dia Internacional da Mulher, atriz, que brilhou na novela das 9 como Jacutinga, também fala como que esta personagem foi importante em sua vida Jacutinga conversa com Maria Santa sobre os seus direitos no casamento
Em Renascer, Juliana Paes brilhou como Jacutinga na primeira fase a novela. Ela não era apenas dona do bordel da região, mas uma mulher cheia de força e garra e uma grande feminista. Por trás dela, estava Juliana Paes encantada com as falas da personagem que servem de lição até hoje. Muitas foram as cenas marcantes deste Jacutinga, mas, apesar da dificuldade, Ju se arrisca a escolher um momento especial.
Jacutinga (Juliana Paes)
Globo/Fábio Rocha
“Nossa, o texto da Jacutinga é tão bom, tão poderoso que fica difícil escolher um momento, uma fala só. Mas acho que o papo dela com a Santinha (Duda Santos) antes do casamento, quando ela fala sobre os desejos, as vontades da mulher e que ela não pode ser desrespeitada por homem nenhum, traz uma simplicidade e uma clareza que é capaz de falar com qualquer pessoa. Jacutinga é uma feminista, sem dúvidas. Talvez ela não saiba disso,- conheço muitas que são e não se sabem assim, talvez ela não domine teorias e nomenclaturas, mas ela é capaz de fazer outras mulheres se sentirem capazes, poderosas, destemidas.”
Reveja no vídeo ali cima: Jacutinga conversa com Maria Santa sobre os seus direitos no casamento
Da tela para vida real Ju Paes considera que ser mulher em dia e estar consciente si mesma e sobre outas mulheres.
“É entender que sempre nos colocaram umas contra as outras e esse tempo acabou. Nesses últimos anos a gente foi capaz de entender muitas coisas, gestos, comportamentos, falas que nos incomodam, e não tínhamos elaborado ainda, não tínhamos com quem conversar, onde pesquisar.
“A gente sentia que não estava legal, mas não tínhamos os instrumentos para entender essa estrutura machista em que estamos inseridas. A gente demorou um tempo a entender o que é o feminismo e como toda a sociedade se beneficia com a igualdade de gêneros. Ainda é difícil pra caramba ser mulher, mas saber que não estamos sozinhas, que podemos partilhar desconfortos, dores, dá mais gás, mais coragem para viver.
Juliana Paes fala o que é ser mulher nos dias hoje
Reprodução/Instram
No dia a dia Juliana enfrenta desafio de ser mãe de dois meninos (Pedro, 11, e Antônio de 9) e criar filhos feministas em uma sociedade ainda machista.
“A missão é dupla. De vez em quando eu dou uns puxões de orelha. Quando eu vejo os meninos ou o Dudu (marido da atriz) reproduzindo alguma coisinha machista, eu já chamo para conversa. Óbvio, com amor, com respeito. Fazer os meninos entenderem a mulher como um ser humano, pleno em direitos, que merece respeito, e que, principalmente, não deve ser julgado por isso ou aquilo enquanto mulher.”
Como mãe, ela acredita que grande parte desse trabalho para um mundo mais igual e digno passa pela educação dos homens.
Registro com de Juliana Paes com o marido, Carlos Eduardo Baptista, e os filhos, Pedro e Antônio
Reprodução/Instagram
“A gente precisa criar uma nova geração de homens capazes de respeitar as mulheres. Homens tão seguros que vejam nas mulheres, potência e não ameaça. E isso começa dentro de casa. “
E quanto perguntada se existe a vontade de ter uma menina, Ju admite que isso não está em seus planos:
“Mas é claro que seria mais do que bem vinda. Maternidade é uma delícia, mas também é muito difícil. Ser mãe é sentir medo, é sentir culpa… e acho que ser mãe de menina deve trazer outros medos, outras culpas, outras reflexões. Minha família é bem grande e sempre rola essa troca com as meninas. A gente se preocupa em deixar sempre muito claro que elas não estão sozinhas, que elas podem contar comigo e com as outras mulheres da família pra tudo… sem pudores.”
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