The Bold Type: entenda como ‘incidente’ com Katy Perry inspirou editora de revista de moda a produzir série

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Conheça Joanna Coles, jornalista que foi editora-chefe da Cosmopolitan e levou suas experiências no comando da revista para a trama da série disponível no Globoplay Aisha Dee, Meghann Fahy e Katie Stevens in The Bold Type (2017)
Reprodução/IMDb
Se em “The Bold Type” os limites entre as vidas pessoais e profissionais das protagonistas se confundem, o mesmo pode ser dito sobre as fronteiras entre realidade e ficção na trama da série.
Com cinco temporadas disponíveis no Globoplay, a atração é livremente baseada na trajetória profissional de Joanna Coles, que foi editora-chefe da revista de moda e entretenimento Cosmopolitan e diretora de conteúdo do conglomerado de mídia Hearst Magazines.
> Assista à ‘The Bold Type’ no Globoplay
Coles assina a produção executiva de “The Bold Type” e serviu de espelho para uma importante personagem da trama: Jacqueline Carlyle, interpretada por Melora Hardin, famosa por seu trabalho como Jan na série “The Office”.
Melora Hardin, de ‘The Bold Type’ e Joanna Coles
Reprodução/Instagram
Carlyle é a editora-chefe da revista fictícia Scarlet, uma espécie de alter-ego de Joanna, e é a mentora do trio de protagonistas formado pelas amigas inseparáveis Jane (Katie Stevens), Kat (Aisha Dee) e Sutton (Meghann Fahy), mulheres de 20 e poucos anos que vivem os altos e baixos da carreira e do amor enquanto lutam para realizar seus sonhos na cidade de Nova York. As personagens mais jovens também são inspiradas nas experiências que Coles e suas amigas vivenciaram no início de suas carreiras.
Promessa quebrada por Katy Perry inspirou criação da série
Katy Perry tem relação com gênese da série ‘The Bold Type’
Reprodução/Instagram
A ex-editora-chefe da Cosmopolitan conta que foi uma situação que ela vivenciou com a cantora Katy Perry que, indiretamente, inspirou o projeto de série que viria se tornar a série “The Bold Type”. Coles acompanhou os bastidores de um ensaio fotográfico com a artista quando a estrela da música pop estava escalada para estampar a capa da revista.
“Correu tudo bem. Nós apenas pedimos que ela não publicasse nenhuma foto do ensaio em seu Instagram porque as fotos só iriam sair na revista após seis semanas”, Coles relembrou em entrevista para a Variety. “Vinte minutos depois, ela publicou a exata foto que iríamos usar na capa. Eu fiquei muito chateada. Nós não usamos a melhor foto que tínhamos porque ela já tinha sido vazada.”
Aisha Dee em ‘The Bold Type’
Divulgação
Após o incidente, Coles teve um jantar com amigos e narrou esta e outras histórias peculiares que presenciou no comando da popular revista feminina ao produtor David Bernad (“The White Lotus”), que se tornaria um dos produtores executivos de “The Bold Type”. “Ele me olhou e disse: ‘Sua vida é uma série de TV’. Vou para a Cosmo para acompanhar a sua rotina’. Ele de fato apareceu lá e assim nasceu a série”, relatou Coles.
Ode às amigas
Sutton, Jane e Kat são as protagonistas de ‘The Bold Type’
Divulgação
“The Bold Type”, que teve cinco temporadas originalmente lançadas entre 2017 e 2021, é baseada em momentos das variadas etapas da carreira de Coles e o tema da amizade é o grande alicerce da trama. “Minhas melhores amigas são as amigas que fiz quando tinha 20 anos, quando todas nós estávamos passando por muita coisa juntas”, comentou a produtora executiva da série em entrevista para o Bustle.
“Éramos um grupo pequeno e cada uma de nós desabrochou em momentos diferentes, nós também frustramos umas às outras e até sentimos inveja, mas ainda assim permanecemos amigas. Então a série explora a natureza complicada das amizades femininas no ambiente de trabalho… E muito álcool.”
A produtora executiva considera que a personagem de Melora Hardin, que é inspirada nela, também é uma homenagem às mulheres mais velhas que foram uma influência positiva em sua carreira na imprensa. “Quando eu estava crescendo na minha carreira, elas sempre me apoiaram muito. Eu nunca tive que lidar com uma Miranda Priestly”, já disse Joanna, fazendo uma alusão à personagem de Meryl Streep em “O Diabo Veste Prada”.
Histórias reais de funcionárias da Cosmopolitan aparecem na série
Elenco em imagem promocional de ‘The Bold Type’
Divulgação/IMDb
Além de se basear nas memórias de Coles, a produtora Sarah Watson, que criou a série e atuou como showrunner na primeira temporada, foi acompanhar o dia a dia da Cosmopolitan em busca de histórias para “The Bold Type” quando o projeto estava em fase de desenvolvimento. Watson acompanhou o trabalho de Joanna e entrevistou 25 pessoas que trabalham na revista, incluindo estagiários.
Em entrevista para o The Hollywood Reporter, ela assumiu que há um aspecto da série que não pretende ser realista. Jane, Kat e Sutton vestem roupas muito mais glamourosas em sua rotina de trabalho na redação da Scarlett do que as que Watson viu as funcionárias da Cosmopolitan vestirem.
“Nosso figurino é mais sofisticado do que o delas porque, bem, é assim que realizamos sonhos, mas fiz o meu melhor para tornar [o guarda-roupa das personagens] o mais preciso possível”, contou. Seu contato com a equipe da Cosmopolitan também fez a produtora da série decidir dar destaque para o papel das redes sociais na vida das mulheres millennials, bem como mostrar o interesse das repórteres de abordar temas políticos para além das tradicionais pautas sobre moda e comportamento.
Carreira que atravessou o Atlântico
Joanna Coles, Katie Stevens, Meghann Fahy, Aisha Dee e Melora Hardin
Reprodução/Instagram
Joanna Coles, atualmente com 61 anos, começou sua carreira no Reino Unido, onde iniciou sua trajetória no jornalismo na década de 1980 e teve passagens como repórter por veículos da imprensa britânica, como The Daily Telegraph, The Guardian e a BBC.
Ela se mudou para Nova York em 1997, onde assumiu o comando do escritório do jornal The Guardian na cidade. Após passar pela revista New York Magazine no início dos anos 2000, a britânica assumiu o cargo de editora-chefe da revista Marie Claire nos Estados Unidos em 2006, cargo que ocupou até comandar a Cosmopolitan entre os anos de 2012 e 2016.
A experiência de Coles no mercado editorial fez com que ela vencesse premiações voltadas para mulheres na mídia e usasse sua experiência como conselheira de instituições que promovem o empreendedorismo feminino.
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