Crianças no Brasil estão ficando mais altas e mais obesas, mostra estudo

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Pesquisa observou mais de 5 milhões de crianças de 3 a 10 anos de 2001 até 2014. Dados foram publicados em importante revista americana de saúde. Estudo percebeu aumento de 600 gramas em crianças ao longo do tempo
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As crianças no Brasil estão ficando mais altas, porém mais obesas. O resultado é o que mostra um estudo que analisou dados de mais de 5 milhões de crianças de 3 a 10 anos.
O resultado da pesquisa foi publicado na The Lancet Regional Health – Americas, importante revista da área médica, na quarta-feira (27).
A pesquisa mostrou que houve aumento de 1 centímetro na trajetória da altura infantil nessa faixa etária e aumento da prevalência de obesidade e excesso de peso entre as crianças. (Entenda mais abaixo)
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Como foi feita a pesquisa?
A pesquisa foi feita por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London.
Segundo a Fiocruz, integrante da pesquisa, o estudo é o primeiro a analisar o peso e a altura de crianças em uma trajetória de tempo e com um grupo tão extenso. Os resultados, segundo a instituição, são importantes para a tomada de decisão nas ações do poder público na atenção à infância.
No estudo, foi incluída uma população de 5.750.214 crianças, de 3 a 10 anos, nascidas entre 2001 e 2014 — uma linha histórica de 13 anos.
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O que a pesquisa descobriu?
📈 Observando os nascidos desde 2001, os pesquisadores apontam que houve crescimento de 1 centímetro entre os nascidos a partir de 2008.
No peso, houve um aumento de 600 gramas. Na comparação entre os dois grupos, a prevalência de excesso de peso para a faixa etária de 5 a 10 anos aumentou 3,2% entre meninos e 2,7% entre meninas.
📈 No caso da obesidade, o aumento da prevalência passou de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas.
O mesmo aconteceu com a faixa etária de 3 e 4 anos. Houve um aumento do excesso de peso em 0,9% entre os meninos e 0,8% entre meninas. Já para a obesidade houve um aumento de 4% para 4,5% nos meninos e de 3,6% para 3,9%.
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O que isso significa?
Segundo o estudo, o aumento da altura mostram o resultado positivo nas ações contra a desnutrição infantil. O crescimento das crianças é reflexo da melhor assistência à saúde e desenvolvimento.
🚨 No entanto, a prevalência da obesidade é um ponto de atenção e reabre a discussão sobre o padrão da dietas das crianças, como o aumento do consumo de ultraprocessados, e do comportamento, com o sedentarismo.
Em comunicado divulgado pela Fio Cruz, a líder da investigação Carolina Vieira, comenta que a obesidade ainda é maior nas crianças que estão em núcleos de famílias vulneráveis economicamente.
“Vale destacar que esse impacto [da obesidade] será ainda maior na população de crianças mais pobres, onde a prevalência da obesidade vem aumentando mais. As políticas de prevenção devem ser direcionadas de forma mais específicas para esse grupo social”, explica Carolina Vieira.

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