Dengue em números: Campinas lidera em casos, mas incidência é maior em Jaguariúna e Rafard

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São 50 mil infectados na região, e metrópole vive 3ª maior epidemia da doença em sua história, com 29,1 mil casos desde janeiro; em algumas cidades, incidência de casos é até 15 vezes maior que a taxa que indica epidemia pela OMS. Campinas lidera número de casos de dengue em 2024 na região
Reprodução/EPTV
Chegou a 50 mil o número de casos confirmados de dengue nas regiões de Campinas (SP) e Piracicaba (SP). O avanço da epidemia pode ser observado em mapas e gráficos elaborados pelo g1 em parceria com a EPTV, afiliada TV Globo.
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Enquanto Campinas concentra o maior número de moradores infectados, com 29,1 mil, quando a análise leva em conta a incidência de casos por 100 mil habitantes, municípios como Jaguariúna (SP) e Rafard (SP) apresentam as maiores taxas da região.

Dos 49 municípios da área de cobertura da EPTV, 30 apresentam uma incidência acima de 300 casos para cada 100 mil habitantes, o que já é considerado alto por especialistas.
Em Rafard, cidade de 8,9 mil habitantes, os 423 casos confirmados representam um índice de 4.718,3 casos por 100 mil habitantes, 15 vezes maior que a taxa que indica epidemia da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em Jaguariúna, que tem 59,3 mil habitantes, são 1.669 infectados pela dengue, o qure representa uma taxa de 2.812,3 por 100 mil habitantes.
Incidência de casos de dengue por 100 mil habitantes
Rafard: 4.718,3
Jaguariúna: 2.812,3
Campinas: 2.556,6
Itapira: 2175,7
Holambra: 1.881,5
Santo Antônio do Jardim: 1.518,1
Saltinho: 1.458,2
Valinhos: 1.441
Águas de Lindóia: 1.391
Espírito Santo do Pinhal: 1.381,4
Nova Odessa: 1.357,6
Paulínia: 1.070,2
Santo Antônio de Posse: 1.058,3
Águas de São Pedro: 1.007,2
Piracicaba: 974,9
Ipeúna: 849,1
Iracemápolis: 842,2
Capivari: 673,1
Vinhedo: 620,6
Charqueada: 598,6
Artur Nogueira: 583
Monte Mor: 505,7
Morungaba: 473,8
Santa Bárbara d’Oeste: 444
Elias Fausto: 435,1
Indaiatuba: 408,2
Cosmópolis: 368,1
Pedreira: 350,3
Sumaré: 322
São Pedro: 318,9
Limeira: 287,1
Tuiuti: 265,6
Louveira: 256,5
Engenheiro Coelho: 250,4
Amparo: 245,6
Mogi Guaçu: 236,9
Cordeirópolis: 236,6
Socorro: 209,4
Pedra Bela: 198,3
Mombuca: 188,1
Rio das Pedras: 181,9
Lindóia: 171,1
Americana: 165,7
Mogi Mirim: 148
Serra Negra: 133,8
Estiva Gerbi: 132,8
Pinhalzinho: 124,8
Hortolândia: 117,9
Monte Alegre do Sul: 46,4
Campinas
O número de casos de dengue registrados em Campinas desde janeiro já é o maior da história do município para um 1º trimestre, de acordo com dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa).
Se considerar o total de infecções, a epidemia deste ano é a terceira maior da série histórica na cidade, que começou a ser contabilizada desde 1998.
Até agora, quatro pessoas já morreram pela doença este ano no município. No sábado (23), a metrópole superou os números de 2019, quando foram 26.341 confirmações. Veja detalhes:

Estado de emergência
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Quando procurar atendimento?
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
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Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
Larva do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da chikungunya
Rogério Capela/Divulgação
A alta de casos de dengue fez Campinas anunciar, na última quinta-feira (21), a ampliação do horário de funcionamento de postos aos finais de semana para atender casos suspeitos de dengue.
Serão 10 unidades funcionando aos sábados, com períodos específicos para receber sintomáticos da doença, além de um centro de saúde aberto aos domingos. Veja aqui os horários.
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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