Dengue: idosos são 69% das mortes em Campinas, mas doença também vitimou criança

9 min read
g1 reuniu dados dos 23 óbitos por dengue na metrópole este ano. Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue, em Campinas
Rogério Capela/Prefeitura de Campinas
Campinas (SP) registrou na epidemia deste ano 85.764 casos confirmados de dengue, sendo que destes, 23 morreram. Segundo dados da Secretaria de Saúde, o público acima de 60 anos foi o que mais morreu pela doença, mas a epidemia também vitimou outras faixas etárias.
O g1 reuniu as informações das 23 mortes por dengue em Campinas e traçou um perfil das vítimas. Veja os dados:
Idade
16 vítimas (69%) eram idosos, sendo cinco entre 60 e 79 anos e 11 entre 80 e 99 anos
6 vítimas (26%) eram adultas, sendo três entre 50 e 59 anos e três entre 30 e 49 anos
1 vítima (4,3%) era criança (10 anos)
Sexo
Das 23 vítimas, 12 (52%) eram mulheres e 11 (48%) eram homens
Local de atendimento
Das 23 vítimas, 12 vítimas foram atendidas na rede privada de Saúde e 11 na rede pública
Detalhamento das mortes
Homem, 43 anos: atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Pedro Aquino. Ele não tinha comorbidade, apresentou sintomas em 13 de março e o óbito ocorreu em 17 de março.
Mulher, 84 anos: atendida na rede privada de saúde e moradora da área de abrangência do CS Santos Dumont. Ela tinha comorbidades, apresentou sintomas em 7 de março e o óbito ocorreu em 12 de março.
Menina, 10 anos: atendida na rede pública e saúde e moradora da área de abrangência do CS Fernanda. Ela tinha comorbidades, apresentou sintomas em 1º de abril e o óbito ocorreu em 5 de abril.
Mulher, 39 anos: atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do Centro de Saúde (CS) União de Bairros. Ela apresentou sintomas em 24 de fevereiro e o óbito ocorreu em 2 de março. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Mulher, 91 anos: atendida na rede privada de outro município e moradora da área de abrangência do CS Santo Antônio. Ela teve sintomas em 24 de janeiro e o óbito foi em 30 de janeiro. O sorotipo não foi identificado no exame.
Homem, 63 anos: atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Vista Alegre. Ele apresentou sintomas em 8 de março e o óbito foi em 13 de março. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Mulher, 89 anos: atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Sousas. Ela teve sintomas em 10 de março e o óbito ocorreu em 14 de março. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Homem, 72 anos: atendido na rede pública e morador da região do Centro de Saúde União dos Bairros. Apresentou os primeiros sintomas em 27 de fevereiro e o óbito ocorreu em 3 de março. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2 da dengue.
Homem, 94 anos: atendido na rede privada e morador da região de abrangência do Centro de Saúde Integração. Ele apresentou sintomas em 10 de fevereiro e o óbito ocorreu em 15 de fevereiro. O sorotipo não foi identificado no exame.
Mulher, 86 anos: atendida na rede privada e moradora da região de abrangência do Centro de Saúde DIC III. Ela apresentou sintomas em 11 de fevereiro e o óbito foi em 15 de fevereiro. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Mulher, 94 anos: moradora do Jardim Eulina, região da cidade com maior incidência de casos da doença. A vítima iniciou sintomas em 30 de janeiro e foi atendida na rede privada, sendo que veio a óbito no dia 12 de fevereiro. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Mulher, 73 anos: moradora da área de abrangência do CS 31 de Março. Tinha comorbidades e foi atendida na rede privada. Os sintomas começaram em 10 de março e a morte ocorreu em 4 de abril. Infectada pelo sorotipo 1.
Homem, 99 anos: morador a área de abrangência do CS Sousas. Tinha comorbidades e foi atendido na rede privada. Os sintomas começaram em 8 de março e a morte ocorreu no dia 28 do mesmo mês. O sorotipo não foi identificado no exame.
Mulher, 50 anos: moradora da área de abrangência do CS DIC 3. Não tinha comorbidades e foi atendida na rede pública. Os sintomas começaram em 18 de março e a morte ocorreu no dia 21 do mesmo mês. Infectado pelo sorotipo 2.
Mulher, 74 anos: moradora da área de abrangência do CS Costa e Silva. Tinha com comorbidades e foi atendida na rede privada. Teve início dos sintomas em 25 de março e morreu em 28 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Homem, 83 anos: morador da área de abrangência do CS Taquaral. Tinha comorbidades e foi atendido na rede privada. Teve início dos sintomas em 3 de abril e morreu no dia 8 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 3.
Homem, 88 anos: Foi atendido na rede privada e era morador da área de abrangência do CS Barão Geraldo. Tinha comorbidades e teve início dos sintomas em 23 de março e morreu em 29 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Homem, 57 anos: Foi atendido na rede pública e morava na área de abrangência do CS Itajaí. Não tinha comorbidade e teve início dos sintomas em 5 de abril e morreu no dia 10 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Homem, 90 anos: Foi atendido na rede privada e era morador da área de abrangência do CS Sousas. Tinha comorbidade e teve início dos sintomas em 21 de março e morreu em 29 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
Homem, 59 anos: Foi atendido na rede pública e morava na área de abrangência do CS União de Bairros. Não tinha comorbidade e teve início dos sintomas em 9 de abril e morreu no dia 13 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Homem, 66 anos: tinha comorbidades, foi atendido na rede pública e era morador da área de abrangência do CS DIC III. Ele teve início dos sintomas em 24 de março e o óbito ocorreu no dia 30 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Mulher, 48 anos: não tinha comorbidade, foi atendida na rede pública e era moradora da área de abrangência do CS Santa Lúcia. Ela teve início dos sintomas em 12 de abril e o óbito ocorreu em 17 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Sexo feminino, 90 anos: Tinha comorbidades, foi atendida na rede pública e era moradora da área de abrangência do CS Conceição. Ela teve início dos sintomas em 12 de março e o óbito ocorreu em 18 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
Ano mais mortal
Com 23 mortes em 2024, Campinas atinge maior patamar de óbitos por dengue da história
Na segunda-feira (13), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou três novas mortes por dengue, somando 23 óbitos desde o início do ano, e, com isso, 2024 – em menos de 5 meses – superou 2015 todo e passou a ser o ano com o maior número de mortes pela doença na cidade.
Mortes por dengue por ano em Campinas:
2020: 1 morte
2021: 1 morte
2023: 3 mortes
2022: 4 mortes
2019: 6 mortes
2014: 10 mortes
2015: 22 mortes
2024 (até 13/05): 23 mortes
Em relação ao número de casos, a cidade já havia atingido a maior epidemia da história. Nesta segunda, a Prefeitura atuou os dados: desde 1º de janeiro foram confirmados 82.053 casos da doença.
Sinais de alarme para o agravamento
Embora a dengue não tenha um medicamento específico, há uma série de medidas clínicas que podem evitar o agramento e óbito, se feitas a tempo. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alarme, como dor abdominal, vômitos persistentes, sangramento e aumento do hematócrito no exame de sangue.
Segundo a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea Von Zuben, o agravamento da dengue, diferente de outras doenças, acontece depois que a febre começa a diminuir. Sendo assim, caso apresente algum sinal, o paciente deve procurar uma unidade de saúde.
“Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 ml por quilo de peso, que isso é em qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação oral”, alertou Von Zuben.
🔻Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar algum desses sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
Como saber se você está com dengue e se é grave
Veja algumas das medidas de prevenção:
utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
tampe os tonéis e caixas d’água;
mantenha as calhas limpas;
deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas

You May Also Like

More From Author

+ There are no comments

Add yours