Vacina contra dengue: após envio de doses, Campinas inicia aplicação em crianças e adolescentes nesta quinta

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Não é preciso realizar agendamento para receber a dose. Ao todo, 19 municípios das regiões de Campinas e Piracicaba receberão 52.857 imunizantes. Qdenga, vacina contra a dengue no Brasil
Ailton Alves/Rede Amazônica
A Prefeitura de Campinas (SP) prevê iniciar nesta quinta-feira (11) a aplicação da vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. As doses devem ser recebidas pelo município na terça (9), conforme a programação divulgada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo.
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Segundo a administração municipal, os 18.063 imunizantes serão distribuídos nos 68 centros de saúde. Considerando os 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) contemplados após a redistribuição feita pelo Ministério da Saúde, serão 52.857 doses enviadas.
Não é preciso realizar agendamento para receber a dose. A prefeitura orienta os moradores e apresentarem documento de identidade com foto e caderneta de vacinação, se houver.
O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, visto através de microscópio eletrônico na Fiocruz Pernambuco, no Recife.
AP Photo/Felipe Dana
Segunda maior epidemia em Campinas
Campinas (SP) contabiliza, até esta segunda-feira (8), 44.044 casos de dengue neste ano, o que, agora, representa a segunda maior epidemia da doença da história da metrópole. Os dados são do painel de arboviroses do município, atualizado em tempo real.
O índice de 2024 superou as 42.405 infecções de 2014 e só está atrás dos números registrados em 2015, quando 65.754 pacientes que se contaminaram. Veja abaixo detalhes.
A metrópole também registrou oito mortes pela doença. As vítimas têm entre 39 e 94 anos. No dia 1º de março, quando tinha 11,1 mil infectados, a prefeitura projetou a possibilidade de atingir um pico histórico de 100 mil casos em até 8 semanas.

Recorde em uma semana
Campinas registrou, na semana passada, recorde de infectados por dengue em 7 dias desde o início da série histórica, em 2012. Os dados do painel mostram 6.719 casos confirmados entre 17 e 23 de março de 2024, e outros 355 em investigação.
Os números são referentes a semana epidemiológica (SE) 12 de 2024, e o painel distribui os casos confirmados por data do início dos sintomas.
Para efeito de comparação, o maior número de infectados em uma semana epidemiológica havia sido registrado entre 5 a 11 de abril de 2015 (SE 14), com 6.492 moradores com a doença.

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Hospitalizações e sintomas
De acordo com o painel, 2,4% dos casos registrados demandaram internações, tanto na rede pública quanto privada da cidade.
Entre os sintomas, febre (95,5%), dor de cabeça (73%) e dores no corpo (70,9%) são as queixas mais comuns de quem testa positivo para a doença na cidade.
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Mosquito modificado
O desejo de Campinas (SP) em usar mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia como uma das estratégias de combate contra a dengue não será possível em 2024, e a cidade aguarda sua vez numa espécie de “lista de espera” do Ministério da Saúde. Veja aqui o que é a bactéria.
Ao g1, o Ministério da Saúde confirmou o recebimento do pedido de Campinas, mas destacou que já tem definido os 6 municípios selecionados para 2024, sendo apenas um deles no estado de São Paulo. São eles:
Uberlândia (MG)
Londrina (PR)
Presidente Prudente (SP)
Foz do Iguaçu (PR)
Natal (RN)
Joinville (SC)
Diante do interesse de Campinas, no entanto, a pasta informou que se compromete a informar sobre a abertura de novas propostas para expansão do método “tão logo a capacidade de produção dos mosquitos seja aumentada e conforme análise de escores classificatórios entre municípios interessados”. Não há prazo definido.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Campinas reforçou o interesse no uso da tecnologia “tão logo ela esteja disponível.”
Vacina contra a dengue
Vacina contra dengue
Roberto Carlos/Secom
Campinas aguarda o recebimento de 18,1 mil doses da vacina contra a dengue após uma redistribuição anunciada pelo Ministério da Saúde.
O número é suficiente para atender 19% do público-alvo, que é composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na metrópole, essa população é estimada em 91,2 mil pessoas.
Depois da capital paulista, a cidade é que vai receber o maior número de imunizantes no estado de São Paulo. Em toda a região, 15 municípios serão contemplados com 45 mil doses.

Estado de emergência
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Quando procurar atendimento?
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), de Campinas (SP), apresenta dados de dengue em encontro com representantes do Ministério da Saúde.
Carlos Bassan
A alta de casos de dengue fez Campinas anunciar, em 21 de março, a ampliação do horário de funcionamento de postos aos finais de semana para atender casos suspeitos de dengue.
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Larva do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da chikungunya
Rogério Capela/Divulgação
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