Palmeiras faz estudo e cita baixo número de lesões em defesa do gramado sintético

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Enquanto rivais elevam tom contra os campos artificiais, Núcleo de Saúde e Performance do Verdão lista motivos para justificar que a opção não gera a citada diferença para pisos naturais Leila teme que Palmeiras não terá o Allianz em possível semifinal
O Núcleo de Saúde e Performance do Palmeiras fez um estudo em que elencou motivos para defender o uso do gramado sintético, como é no Allianz Parque. O movimento acontece enquanto clubes rivais vêm aumentando o tom em busca do veto deste tipo de piso.
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Isto foi tema no Conselho Técnico da CBF, realizado na última terça, em que se definiu que na véspera de jogos do Brasileirão, os times que mandam seus jogos no sintético terão de liberar o local para um treino do visitante. Há um trabalho, porém, pelo veto a este tipo de campo no futuro.
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Allianz Parque antes de Palmeiras x Santos
Marcos Ribolli
Os principais argumentos citados, como vantagem técnica e risco maior de lesões, são tratados como mitos em estudo apresentado pelo Palmeiras.
– A implementação do campo artificial no estádio do Palmeiras contribuiu efetivamente com a melhora da qualidade dos jogos no local, bem como com a segurança dos atletas, sejam do time mandante, sejam do time visitante – diz trecho do estudo, ao qual o ge teve acesso.
– De 2020 até o segundo semestre de 2023, os jogadores do Verdão jamais relataram qualquer desconforto com o piso sintético do Allianz, diferentemente do que costuma ocorrer em partidas nas quais atuam como visitantes. Quando o Palmeiras atua fora de casa, nossos atletas são submetidos com frequência aos perigos causados por gramados esburacados e desnivelados.
Inaugurado em 2014, o Allianz Parque teve grama natural até 2019, mas o piso nunca ficou em condições ideais por longos períodos, diante do calendário de eventos e da dificuldade de iluminação uniforme. A saída foi mudar para o sintético em 2020.
Na Série A, Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras são os únicos com o campo artificial. Neste levantamento, o Verdão mostra que o seu aproveitamento e do Furacão, o primeiro a fazer a mudança, em 2016, chegaram a ter uma queda no início da troca.
Gramado sintético: solução ou problema? O EE acompanhou alguns testes
Tomando como corte entre 2017 e 2019, os três anos antes da mudança do campo, o Palmeiras teve 74,1% de aproveitamento em 85 jogos como mandante. Já nas três primeiras temporadas depois da troca, foram 70,9% de aproveitamento em 102 partidas.
O Núcleo de Saúde e Performance entende que estes números rebatem a citada vantagem técnica por quem está ambientado a atuar no sintético.
O clube ainda justifica que não há embasamento científico para argumentar que a grama artificial aumenta o risco de lesões. São citados um estudo publicado ano passado na “The Lancet Discovery Science” e em 2019, no “American Journal Sports Medicine”.
O primeiro documento expõe que a incidência de lesões no futebol profissional é menor no sintético. Há o argumento de que o campo natural acaba sofrendo mais pelo excesso de uso e condições climáticas, tornando-o em alguns casos inseguro.
Os números do Espião Estatístico do ge, que anualmente apresenta o ranking de lesões da Série A, também foram citados.
O Palmeiras é o time com menos lesões entre 2021 e 2023 (71). Os rivais do Estado, por exemplo, têm mais de 100 no mesmo intervalo: Santos (103), Corinthians (134) e São Paulo (145). E antes da instalação do piso artificial, os números eram parecidos.
Lesões do Palmeiras antes do sintético:
2019: 21 em 68 jogos (7 musculares)
2018: 26 em 74 jogos (12 musculares)
2017: 20 em 66 jogos (7 musculares)
Lesões do Palmeiras depois do sintético
2023: 26 em 73 jogos (11 musculares)
2022: 24 em 73 jogos (12 musculares)
2021: 21 em 71 jogos (12 musculares)
Durante o intervalo, há uma lesão em que o clube suspeita ter tido influência pelo campo, mas por falta da manutenção ideal: de Bruno Rodrigues, que passou por cirurgia no joelho.
Camada de cortiça entre as cerdas de grama, como será feito no sintético do Allianz Parque
Divulgação
A Real Arenas, braço da WTorre que cuida da arena, é responsável por manter o gramado em condições. Por problemas com o termoplástico usado no gramado, o Allianz Parque foi interditado e está no processo de instalação de cortiça no lugar.
Ainda não há uma data para a volta aos jogos, mas o Palmeiras entende que após a instalação da cortiça o gramado voltará a ter o mesmo nível dos primeiros três anos.
Durante o Conselho Técnico, a CBF avisou que não iria vetar a grama artificial, mas convocou a Comissão de Médicos para discutir com a Comissão Nacional de Clubes, eleita terça com Atlético-GO, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo na Série A. A entidade também prometeu contratar consultoria internacional para estudo mais profundo.
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