Hospitais na Faixa de Gaza são atacados e cercados por tropas; diretor da OMS diz que há mais de 150 pessoas presas em um deles

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Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que esses são os últimos dois hospitais que ainda funcionam no norte da Faixa de Gaza. Pessoas tentam ser atentidas no hospital Kamal Adwan, perto do campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, em 18 de maio de 2024
Rami Zohod/Reuters
O Ministério de Saúde palestino, controlado pelo grupo terrorista Hamas, afirmou nesta terça-feira (21) que dois hospitais que ainda estavam ativos na região norte da Faixa de Gaza foram atacados por forças israelenses.
Segundo o órgão, om dos hospitais foi esvaziado, e o outro foi cercado por forças de Israel. Tedros Adhanom Ghebreyesus, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, afirmou que há profissionais e pacientes presos nesse segundo local.
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Os dois hospitais ficam perto do campo de refugiados de Jabalia. De acordo com os israelenses, combatentes do Hamas se reagruparam nessa região (leia mais abaixo).
Hospital Awda
O Hospital Awda divulgou um comunicado nesta terça-feira (21) no qual afirma que foi cercado por tropas israelenses há três dias e que o quinto andar do prédio foi atingido por balas.
Na segunda-feira, o grupo Médicos Sem Fronteiras afirmou que o Awda estava sem água potável e cercado por tanques israelenses.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta terça-feira que o Awda está cercado desde domingo e que há 148 profissionais e 22 pacientes e acompanhantes presos no local.
“Esses sãos os dois últimos hospitais em funcionamento na região norte da Faixa de Gaza, e garantir que eles possam oferecer serviços de saúde é muito importante”, disse ele.
Hospital Kamal Adwan
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou que o Kamal Adwan foi alvo de tropas israelenses e que cerca de 150 profissionais e dezenas de pacientes tiveram que deixar o local —inclusive pessoas que estavam na UTI e bebês em incubadoras.
Não foram dadas mais informações pelo ministério.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) não se pronunciaram ainda sobre essa ação.
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De acordo com a agência de notícias Reuters, médicos relataram que mísseis israelenses atingiram o departamento de emergência e que eles, em pânico, tiveram que levar os pacientes às pressas para as ruas cheias de escombros do lado de fora. 
Um vídeo obtido pela Reuters mostrou médicos em jalecos azuis levando pacientes em macas e leitos do complexo hospitalar em Jabalia, gritando de medo e olhando para trás, como se esperassem mais ataques. 
“O primeiro míssil quando atingiu, atingiu a entrada do departamento de emergência. Tentamos entrar e, então, um segundo míssil atingiu, e o terceiro pegou um prédio próximo”, disse Hussam Abu Safia, chefe do Hospital Kamal Adwan. 
“Não podemos voltar para dentro. Nós nunca realmente imaginamos que um dia o departamento de emergência seria atingido. O departamento de emergência presta serviços a crianças, idosos e pessoas dentro dos departamentos do hospital”. 
Um homem foi filmado embalando o que parecia ser um recém-nascido envolto em um pano azul. Um idoso era levado em uma maca com rodas pelas ruas destruídas em direção a uma ambulância. Outras pessoas fugiam com medo do hospital, a maioria mulheres, e algumas usando jalecos ou aventais brancos. 
“Como você pode ver, (isso) é a retirada de feridos e da equipe de dentro do complexo médico. A equipe médica saiu sob bombardeio, fogo e tanques do complexo médico Kamal Adwan”, afirmou o trabalhador de emergência palestino, Fares Afana.
A Reuters não conseguiu verificar os relatos dos eventos de maneira independente. 
Israel voltou a Jabalia
Israel disse que havia retornado a Jabalia, onde alegou ter desmantelado o Hamas meses atrás, para impedir que o grupo militante palestino que contra Gaza se reagrupasse. 
O sistema de saúde de Gaza entrou em colapso desde que Israel começou sua ofensiva militar, após os ataques de 7 de outubro de militantes palestinos do Hamas contra israelenses. 
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